"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A decadência militar russa

Olhar independente sobre estado das Forças Armadas Russas

A organização não governamental russa, Instituto da Estratégia Nacional, concluiu que as forças armadas da Rússia se encontram numa "profunda crise" e que "tendências desfavoráveis no desenvolvimento da esfera militar adquiriram carácter irreversível", indica um relatório hoje divulgado.
O documento, preparado por um grupo de peritos militares, constata que as forças nucleares estratégicas da Rússia, que actualmente e num futuro próximo, permitem destruir qualquer país em meia-hora, "são o único factor que permite considerar a Rússia uma grande potência militar".
"Graças ao armamento nuclear, o país pode não se preocupar com a sua soberania", refere o relatório, mas acrescenta: "Todavia, o que ocorre com as forças nucleares pode ser considerado o maior fracasso que anula todos os êxitos no campo da política militar, se é que tais existem".
O estudo do Instituto da Estratégia Nacional constata que, entre 2000 e 2007, "as forças nucleares estratégicas perderam 405 portadores e 2.498 ogivas. Foram fabricados apenas 27 mísseis, ou seja, sete vezes menos do que nos anos 1990. Foram retirados 440 mísseis intercontinentais com 2.348 ogivas, dois aviões Tu-95MS, um avião Tu-160".
"Desse modo, ocorre uma redução do potencial nuclear estratégico. Além disso, as tendências de desenvolvimento devem ser consideradas claramente negativas", sublinha.
Os peritos militares constatam também a pouca mobilidade das bases de lançamento dos mísseis intercontinentais russos e as dificuldades de modernização: "para criar, ensaiar e começar a produzir mísseis intercontinentais pesados com múltiplas ogivas da nova geração são necessários muitos anos e centenas de milhares de milhões de rublos, bem como a formação de novos centros de projecção e novas empresas de produção".
"Se a situação é dramática com as forças nucleares terrestres, a situação com a vertente naval das forças nucleares é ainda pior", referem os peritos.
"Em meados da próxima década, as forças nucleares russas poderão ficar com apenas 300 mísseis intercontinentais de base terrestre e naval e até 600 ogivas para eles. É posto em dúvida o cumprimento por essas forças da função de contenção nuclear. Os Estados Unidos terão a possibilidade de, com a ajuda de um ataque não nuclear, destruir quase todas as forças estratégicas russas e destruir as restantes com a ajuda do sistema de defesa antiaéreo", lê-se no relatório.
"As forças estratégicas da China, nessa altura, serão iguais ou maiores do que as russas quanto ao número. Tendo em conta a superioridade absoluta das forças armadas convencionais chinesas, em comparação com as russas e o baixo nível de sensibilidade dos chineses para com as suas perdas humanas, surge uma situação em que tanto Pequim, como Washington podem falar com Moscovo a partir de posições de força. Deixará de ter sentido falar de garantias da soberania da Rússia", indica.
De acordo com os especialistas russos, "o único momento positivo no desenvolvimento das armas nucleares pode ser o início da construção de uma nova série de estações de radares de prevenção de ataques de mísseis".
Quanto às forças armadas convencionais, os peritos consideram que "a situação é menos crítica do que nas forças nucleares estratégicas apenas porque a sua capacidade de trabalho não é tão criticamente importante para a conservação da soberania da Rússia. Não obstante, sem forças armadas convencionais fortes é impossível garantir a capacidade de defesa da Rússia".
O relatório adianta que "entre 1992 e 1999, as tropas terrestres receberam 120 tanques T-90 e até 30 T-80U. Entre 2000 e 2007, receberam 90 tanques T-90. Ao todo, as tropas terrestres têm apenas cerca de 200 batalhões blindados. Além disso, uma parte significativa dos tanques encontra-se em bases de conservação".
Os peritos consideram que, se não forem tomadas medidas radicais de modernização, as forças armadas convencionais russas poderão, nos próximos oito a dez anos, descer até ao nível de forças análogas de um país europeu médio.
"O nosso país deixará de ter poder de concorrência militar não só em relação à China e Estados Unidos, mas também em relação à Turquia e Japão e, no futuro, em relação aos países europeus da NATO", sublinham.
Este estudo chama também a atenção para o estado da indústria militar-industrial, sublinhando que a falta de encomendas de armamentos por parte do Estado levou "à perda de tecnologias importantíssimas e dos quadros mais qualificados".
"Para alterar a situação criada, é necessário elaborar uma nova concepção da organização militar, baseada na avaliação das ameaças externas reais para a Rússia. Ela deverá basear-se em novas abordagens da formação do sistema de comando das Forças Armadas e das suas estruturas, da política técnico-militar, dos princípios de prestação de serviço militar e da organização da preparação militar", refere.
Este documento foi publicado numa altura em que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, fala da possibilidade do início de uma nova corrida aos armamentos e promete "respostas assimétricas" aos planos militares dos Estados Unidos e da NATO.
P.S. Os leitores que sabem russo e querem ler o relatório com mais pormenores, podem fazer isso em: http://www.vremya.ru/print/197449.html .

http://darussia.blogspot.com/

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