Há tempos aguardo a morte política de ACM, e ela foi várias vezes anunciadas pela imprensa, mas nunca se concretizou de fato. Desde o início do governo Lula ele foi bastante enfraquecido, mesmo dentro do PFL estava fraco, mas ainda continuava vivo politicamente. O melhor para o Brasil seria que a morte política de ACM ocorresse através do voto do povo da Bahia como ocorreu com Paulo Maluf, infelizmente isso não foi possível. ACM morreu e com ele não morre o coronelismo, como diz a imprensa, morre o coronelismo em escala nacional. No entanto, ACM nunca foi um político com penetração exatamente por isso, o seu passivo político era muito grande e não aceito no resto do país. A sua influência política nacional deve-se ao controle político da Bahia, de frações de bancadas dos outros estados e pelo controle de certas partes máquina estatal que permitia distribuir benesses. Inclusive o cargo de ministro das Comunicações foi especialmente útil na construção da sua rede de poder na medida em que fez concessões de redes de TV de forma generalizada para aliados e se tornou particularmente próximo de Roberto Marinho e das Organizações Globo. O tino político de ACM também facilitou manter-se no topo da política. Uma vez ouvindo discursos de parlamentares realizados nos anos 60 no site do Senado, já estava lá o parlamentar Antônio Carlos pedindo aparte. E claro se posicionando contra o governo Goulart. Então já se posciona ao lado do grupo que será vencedor o que abrirá espaço para a sua ascensão política sendo nomeado prefeito biônico, governador biônico, consolidando assim a sua carreira política e sua rede de poder na Bahia no regime militar sem receber votos do povo. Quando a crise do regime aprece, ACM pula do barco se opondo à candidatura de Paulo Maluf pelo PDS na sucessão de Figueiredo. E assim se insere na política na política nacional ao participar da formação da frente liberal e apoiar a candidatura de Tancredo Neves a presidência da República tendo como vice José Sarney ex-presidente do PDS. Com a morte de Tancredo, ACM se fortalece pois torna-se ministro. Apóia o Collor até o fim. Faz uma oposição razoável ao governo Itamar, tenta enquadrar o Itamar com denúncias de corrupção, mas quando ele vai apresentar as denúncias ao presidente, Itamar Franco abre a reunião para a imprensa e ACM fica desconcertado pois não tinha nada para apresentar. Apoiou o governo FHC. E de fato só ficou na oposição ao governo Lula desde 1964. Desse modo vale para ACM a piadinha que fazem sobre Marco Maciel, não sei quem será o próximo presidente, mas sei quem será seu líder no Congresso, Marco Maciel. ACM sempre esteve ao lado do governo de turno, sempre nadou a favor da correnteza. Por isso, a chegada do PT ao poder foi tão desconcertante.
Com a morte de ACM só resta um político importante hoje que já tinha expressão no período pré-1964 que é José Sarney. Ainda sobrevivem políticos importantes do regime militar, como por exemplo o Marco Maciel, mas nenhum mais tem expressão nacional, ou a sua posição não é considerada pelo partido ou ele não pleiteia qualquer cargo importante na esfera federal. Quando Sarney morrer politicamente ou de fato estará encerrado o ciclo político de 1964. Restaram os políticos criados no período militar, mas também estão em rápido declínio. Talvez o Lula venha ser o mais longevo se voltar a ser candidato em 2014, todos os demais em escala nacional em 2014 estarão fora do jogo político pesado na esfera nacional. Tudo isso mostra que as lideranças políticas estão desaparecendo sem que novas lideranças ocupem o seu lugar com a mesma propriedade.
ACM representa o atraso, o poder da oligarquia, o imobilismo do Estado. No entanto, como representante do atraso ele deu uma contribuição fundamental para impedir que FHC conseguisse implementar completamente o neoliberalismo no Brasil. Não foi o PT que paralisou as reformas neoliberais de FHC, foi ACM e seus aliados que vivem do atraso e precisam do Estado para continuar distribuindo as suas benesses e auferindo renda. As oligarquias são liberais, mas são liberais a sua maneira e portanto a sua posição não é convergente com um Estado neoliberal que reduz o tamanho do Estado fazendo com que a apropriação dos recursos públicos se faça não através de prebenda, mas através do rentismo decorrente da especulação financeira e do crescimento da dívida pública.
A morte de ACM também fortalece o grupo dos políticos no inferno Roberto Campos, ACM, Luís Eduardo Magalhães, Pinochet, Milton Friedman, e muitos outros terão muita coisa para conversar, para debater, e se penitenciar pelas bobagens que disseram e pelos crimes que cometeram.
Com a morte de ACM só resta um político importante hoje que já tinha expressão no período pré-1964 que é José Sarney. Ainda sobrevivem políticos importantes do regime militar, como por exemplo o Marco Maciel, mas nenhum mais tem expressão nacional, ou a sua posição não é considerada pelo partido ou ele não pleiteia qualquer cargo importante na esfera federal. Quando Sarney morrer politicamente ou de fato estará encerrado o ciclo político de 1964. Restaram os políticos criados no período militar, mas também estão em rápido declínio. Talvez o Lula venha ser o mais longevo se voltar a ser candidato em 2014, todos os demais em escala nacional em 2014 estarão fora do jogo político pesado na esfera nacional. Tudo isso mostra que as lideranças políticas estão desaparecendo sem que novas lideranças ocupem o seu lugar com a mesma propriedade.
ACM representa o atraso, o poder da oligarquia, o imobilismo do Estado. No entanto, como representante do atraso ele deu uma contribuição fundamental para impedir que FHC conseguisse implementar completamente o neoliberalismo no Brasil. Não foi o PT que paralisou as reformas neoliberais de FHC, foi ACM e seus aliados que vivem do atraso e precisam do Estado para continuar distribuindo as suas benesses e auferindo renda. As oligarquias são liberais, mas são liberais a sua maneira e portanto a sua posição não é convergente com um Estado neoliberal que reduz o tamanho do Estado fazendo com que a apropriação dos recursos públicos se faça não através de prebenda, mas através do rentismo decorrente da especulação financeira e do crescimento da dívida pública.
A morte de ACM também fortalece o grupo dos políticos no inferno Roberto Campos, ACM, Luís Eduardo Magalhães, Pinochet, Milton Friedman, e muitos outros terão muita coisa para conversar, para debater, e se penitenciar pelas bobagens que disseram e pelos crimes que cometeram.
Um comentário:
Agora só falta o Sarney!
Ja sei o que vou pedir de natal...
O mais impressionante é ver como ele era adorado por boa parte da população na Bahia. Pessoas chorando, desesperadas como se fosse um membro da familia. Vai entender... Pra mim foi tarde! ja tava fazendo hora extra aqui na terra. O Capeta que cuide do painel eletronico do inferno....
Jessiel
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