"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Aniversário e idade

Lembro que quando era criança, eu achava alguém que tivesse chegado aos 30 anos muito velho, hoje na casa dos 30 já não tenho a mesma percepção. Mas a minha afilhada de 12 anos acha que eu sou pré-histórico, ela explica o que eu falo e o que a minha mãe fala pela mesma coisa, a minha idade e da minha mãe está chegando aos 70. Vale o que disse Schopenhauer, na juventude a vida parece longa demais (ainda penso assim, não me imagino morrendo antes do 80 anos), na velhice a vida parece breve demais, também penso assim, acho que esses anos passaram rápido demais, lembro do meu irmão e eu brincando e imaginando como seríamos aos trinta anos, parecia outro mundo, muito distante. Ao mesmo tempo imaginávamos que seríamos muito diferentes do que éramos, e, no entanto, hoje somos mais parecidos com o que éramos do que pensávamos. Entre outras coisas pensávamos que já seríamos adultos sérios que não falam besteiras, somos adultos sérios, mas as besteiras ainda não se esgotaram, as besteiras se sofisticaram, mas mesmo besteiras de 20 anos atrás às vezes são repetidas. Neste meu aniversário eu e um dos meus irmãos ficaremos mais velhos do que esperávamos, porque ele vai ter um filho e eu vou virar tio. O lado bom é que ele que é o caçula agora será percebido como o mais velho da família por já ter um filho. Se nascer mesmo no dia do meu aniversário será um excelente presente.

Quando era criança, as minhas festas de aniversário eram em geral junto com da minha prima que faz aniversário 10 dias depois de mim e nasceu no mesmo ano. Não gostávamos muito disso, cada um queria a sua festa, mas não tinha jeito. As festas eram sempre muito grandes lá em casa, eu sempre dizia para minha mãe que o meu sonho era ter o direito de cortar convidados da lista. Mas a festa de aniversário que eu mais gostei não foi minha e eu nem pude participar por estar doente e sempre morri de inveja. Foi a festa de aniversário do meu irmão do meio, que teve duas cantoras de Goiânia cantando ao vivo, muita gente mesmo, e eu no quarto da minha mãe deitado doente. Óbvio que eu protestei, ouvi a promessa que teria uma igual, mas nunca houve. De todo modo, pelo cantaram várias vezes a música que eu pedi, na época eu adorava a música “Majestade o sabiá”, e minha mãe pedia para cantarem e eu ficava ouvindo lá do quarto.

Nunca gostei da data do meu aniversário, 20 de julho é sempre férias, então na escola nunca cantariam parabéns pra mim. E muita gente que eu gostava poderia estar viajando na data do meu aniversário. Depois se tornou uma vantagem. Como a minha família é muito grande, meus pais têm seis irmãos cada um, eu tenho um monte de primos e primas. Quando eles se tornaram adolescentes passaram a ir com freqüência nas férias de julho lá pra casa, porque Barra do Garças é uma cidade turística, tem dois rios, então tem praia nessa época, cachoeiras, serras, águas quentes, etc. Então no mês de julho a cidade lota. Aí minhas primas sempre iam pra lá, e assim, mesmo quando não havia festa, elas inventavam alguma coisa. Aí fazer aniversário em julho passou a ser vantagem em relação aos aniversários dos meus irmãos, um em setembro e outro em dezembro perto do Natal. A faixa que os alunos fizeram pra mim na colação de grau na hora me lembrou os cartazes que as minhas primas fizeram uma vez para o meu aniversário e uma carta de metro. Na minha mesa na biblioteca da casa dos meus pais há as marcas desta época, todo mundo deixava algum recado na minha mesa, uma mensagem, em geral para encher o saco. E hoje os filhos delas ou adoram ir lá pra casa ou ficam pedindo para os pais levarem. O que significa como eu sempre digo que envelheceram muito mais rápido do que eu já que têm um monte de filhos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Corival, oficialmente serás tio agora, embora já sejas chamado e considerado assim pelo Francisco há muito tempo... Eu ainda tenho trauma daquele aniversário surpresa que armei pra ti no apto do Roberto... seu eu soubesse, tinha tinha cantado pra ti "Tô indo agora pra um lugar todinho meu...". Fica pra próxima!! Gostei do texto!!
Beijo,
Kel e cia