Se for feita uma pesquisa entre aqueles que acompanham a política brasileira pedindo que listem os políticos honestos do Brasil em pelo menos 90% das listas apareceria os nomes de Itamar Franco e Pedro Simon. Em nenhuma das listas apareceria o nome de Renan Calheiros. No entanto, temos uma situação insólita, se voltarmos para 1992 e olharmos a situação de Renan e Itamar, era certo afirmar que em 2007 o político com maior importância seria Itamar. Itamar Franco era o presidente da República e Renan Calheiros, membro notório da República de Alagoas e ex-líder do governo Collor. Ora, a virada neoliberal do Plano Real colocou Itamar fora do jogo político, pois FHC atuou para isolá-lo dentro do PMDB para não ter um adversário importante e silenciar um crítico e ao mesmo tempo cooptar o PMDB, um dos principais instrumentos utilizados por FHC foi Joaquim Roriz que numa das convenções do PMDB encheu o Congresso com a sua claque e Itamar Franco quase chegou a ser agredido fisicamente. Outra liderança fortalecida foi a do próprio Renan Calheiros que foi retirado do limbo e transformado em ministro da Justiça do governo FHC. Enquanto isso, FHC boicotava o governo de Itamar Franco que representava uma crítica ao modelo neoliberal de FHC. Nas eleições de 2002 a maior parte do PMDB representada por Renan Calheiros apoiou José Serra, enquanto o Itamar Franco apoiou o Lula. Eleito, Lula mandou Itamar Franco para a Itália para ele não dar palpite sobre o governo e buscou se aproximar do Renan Calheiros para ter o apoio do PMDB e novamente Renan Calheiros é fortalecido e Itamar Franco enfraquecido. Hoje Renan detém o poder, é um político de destaque, enquanto Itamar Franco vive no ostracismo. Neste período, a imprensa sempre ligou Itamar Franco a idéias ultrapassadas, enquanto os que apoiavam FHC eram os modernos. Enquanto nunca pairou dúvidas sobre Itamar, as dúvidas sobre Renan existem desde Collor, mas sempre foram ignoradas, enquanto foi do interesse dos órgãos de imprensa ou alguém tem dúvidas que a Globo e seus funcionários em Brasília não soubessem da relação da sua jornalista com o senador e sobre o quanto ela recebia de pensão? Não sejamos ingênuos. Quando perderam o interesse em Renan viram-no como ele sempre foi, um ladrão. E parte deste interesse advém do desejo (ou necessidade?) de enfraquecer o governo Lula. As denúncias de corrupção nunca aparecem no Brasil em função de uma preocupação da mídia com a moralidade pública, mas com a necessidade de enfraquecer certos políticos para obter alguma vantagem.
"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."
Ignácio Ellacuría
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