Neste domingo fui conhecer a Catedral Ortodoxa do Patriarcado de Antioquia, que é de rito bizantino e assistir a Divina Liturgia. Hoje a cidade de Antioquia tem outro nome e a sede do Patriarcado é em Damasco. A prédio da Igreja é imponente, quando se entra a visão geral é muito bonita. Quando se observa mais detidamente as pinturas do teto, em algumas paredes parecem mais pinturas brasileiras do bizantinas na forma e nos detalhes. As imagens são grandes, poucos detalhes parecendo que queriam economizar nas tintas, e predominando cores claras. Os ícones da iconostase (parede que divide o santuário da nave) alguns ícones são tradicionais e bonitos como o de Jesus e o de Maria, os outros achei mais normais. Também é curioso que a Divina Liturgia tenha sido celebrada toda em português sendo que é um Igreja ligada à comunidade árabe e que parece não fazer esforços para atrair novos fiéis sem ligações com o Oriente, apenas para comparação, o rito católico romano equivalente, que é o melquita (ou seja como a Igreja Ortodoxa celebra o rito Bizantino, a missa de São João Crisóstomo), celebra as missas durante a semana em português, mas a missa principal aos domingos é celebrada a maior parte em árabe. Uma das fiéis parecia uma típica camponesa grega no modo de ser vestir e teve um comportamento tradicional de persignar-se diante das imagens de Cristo e de Maria, beijar os ícones e orar sobre os dois tocando com as mãos os ícones. E depois persignou-se diante de todos os ícones da iconostase que podem ser tocados. Numa missa bizantina se faz o sinal da cruz diversas vezes e a forma oriental de fazê-lo é diferente (mesmo para os católicos orientais), e em geral começa-se tocando com a mão no chão. Na procissão das oferendas achei estranho um padre carregando uma colher de chá, depois descobri que era para os fiéis tomarem o vinho já que a comunhão ocorre sempre sob a forma das duas espécies, pão e vinho. E claro todos tomaram o vinho na mesma colher. Se já não poderia comungar por não ser ortodoxo, esse procedimento me desestimulou a qualquer idéia de pecar para experimentar o vinho e o pão. Na igreja oriental, em geral, a comunhão é através do pão mesmo, e não hóstia de pão ázimo. E achei muito estranho a forma de distribuição do pão, ao invés do padre entregar para cada fiel, eles colocaram duas bandejas e depois de beber o vinho os fiéis pegavam os pedaços de pão na quantidade que quisessem, um senhor inclusive abriu uma sacola e foi colocando pedaços e mais pedaços de pão, acho que este procedimento dessacraliza completamente a comunhão. Outra coisa diferente é que as crianças de qualquer idade podem comungar, porque na Igreja ortodoxa o batismo e a crisma ocorrem ao mesmo tempo, então não tem primeira comunhão e depois crisma como para os católicos romanos. Os fiéis não tem qualquer participação na missa, o diálogo se faz entre o padre celebrante e o coro, obviamente não sei se o problema são os fiéis brasileiros que não conseguem cantar para acompanhar o coro ou se esta é a forma estabelecida efetivamente no rito ortodoxo (no bizantino, eu sei que não é). Outra curiosidade é que a homilia está colocada em outro momento da missa em relação à católica romana, e a homilia do dia foi um típico discurso da teologia da libertação, da Igreja voltada para os pobres, para amparar os pobres e que o discurso do Cristo esteve voltando predominantemente para os pobres. Outra questão diferente se refere ao altar. A iconostase (parede que divide o santuário da nave) tem cinco portais todos com uma cortina o que impede que os fiéis vejam o altar fora do momento da missa. No início da missa abre-se a cortina do portal central é o que se vê um pedaço do altar e o celebrante, os demais padres e diáconos que participam da celebração só são visto no momento da procissão das ofertas e quando eles vão comungar ou beijar o Evangelho, ou seja, em poucos momentos.
"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."
Ignácio Ellacuría
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