09/08/2007 15.38.04
O Vaticano rejeita a proposta do “Economist”, que propunha que a Santa Sé renunciasse ao seu estatuto diplomático, passando a "definir-se como a maior ONG do mundo”.
O Vaticano rejeita a proposta do “Economist”, que propunha que a Santa Sé renunciasse ao seu estatuto diplomático, passando a "definir-se como a maior ONG do mundo”.
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(9/8/2007) Numa entrevista ao quotidiano católico italiano, “L’Avvenire”, o arcebispo Dominique Mamberti (substituto da Secretaria de Estado, espécie de ministro dos Negócios Estrangeiros da Santa Sé) defende o papel da diplomacia do Vaticano ao serviço da paz e dos direitos humanos, assumindo nomeadamente posições contra-corrente relativamente à cultura dominante. “Não admira – declara D. Mamberti – que se queira diminuir o eco da sua voz”. De facto, “desempenhando o seu próprio papel internacional, a Santa Sé está sempre ao serviço da salvação integral do homem, segundo o mandato recebido de Cristo”.
“Por detrás do convite a reduzir-se a uma ONG – prossegue o prelado – para além da incompreensão sobre o estatuto jurídico da Santa Sé, existe também, provavelmente, uma visão redutiva da sua missão, que não é sectorial ou ligada a interesses particulares, mas sim universal, abarcando todas as dimensões do homem e da humanidade”. “É por isso que a acção da Santa Sé, no âmbito da comunidade internacional, é muitas vezes sinal de contradição, porque ela não cessa de elevar a sua voz em defesa da dignidade de cada pessoa e da sacralidade da vida humana, sobretudo do mais débil , assim como na tutela da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, para reivindicar o direito fundamental à liberdade religiosa e para promover entre homens e povos relações assentes sobre a justiça e a solidariedade”.
Na referida entrevista, D. Mamberti deixa a hipótese de que a proposta do semanário inglês possa ser porventura motivada “por uma compreensão não exacta do lugar da Santa Sé na comunidade internacional, (incompreensão) que remonta aos inícios da própria comunidade internacional e se foi consolidando sobretudo no final do século XIX. Com o desaparecimento dos Estados Pontifícios, tornou-se cada vez mais claro (observa) que a personalidade jurídica internacional da Santa Sé é independente do critério da soberania territorial”.
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