O jornal Washington Post de hoje tem um editorial onde pede que não permita que Putin comece uma nova Guerra Fria. O problema é que o mundo é governado por um consórcio e a Rússia não faz parte deste deste consórcio. Formalmente ela faz, criaram até um G-8, mas do ponto de vista dos interesses não. Os vínculos russos com o sistema internacional são de natureza distinta. No entanto, a agressividade de Putin apenas torna mais sólido e consistente o consórcio dirigente ocidental e retarda a incorporação da Rússia ao governo do mundo. De fato, entendo que a Rússia jamais fará parte dele, há outros candidatos antes, pois é impressionante como o neoliberalismo de Boris Ieltsin conseguiu varrer da Rússia qualquer rastro de um desenvolvimento tecnológico endógeno que mantivesse a Rússia na fronteira do conhecimento e permitisse ser uma potência econômica como a China. Mas quanto a Guerra Fria foi o Bush que recriou ao tentar estabelecer um sistema de defesa no Leste Europeu. Quem toma medidas de defesa é porque está planejando o contra-ataque e quem planeja o contra-ataque, planeja o ataque. Quando se fala em mísseis intercontinentais e bombas atômicas não existe medidas apenas de defesa. Ao contrário vigora o princípio de que a principal defesa é o ataque. No futebol, a maior parte dos ataques são de fato contra-ataques.
Nenhum comentário:
Postar um comentário