1. No geral, a proposta de reforma constitucional da Venezuela era positiva, aumentava a participação popular no controle do governo.
2. Apesar da introdução da possibilidade de reeleições sucessivas em nada afetar a natureza democrática do regime já que a proposta teria sido aprovada de acordo com as regras do jogo, e ninguém estaria obrigado a votar no presidente-candidato, a possibilidade de reeleições sucessivas reforça uma tendência negatiuva na política latino-americana que é o personalismo na política. E nesse sentido Chávez estava errado. É importante construir um regime, implementar reformas que possam ser continuadas sem Hugo Chávez.
3. A derrota no plebiscito foi a derrota de um projeto específico de Chávez não uma rejeição ao governo Chávez e menos ainda um apoio à oposição.
4. Por culpa da oposição e da mídia internacional e de Chávez, a discussão da reforma ficou centrada no menos relevante, as reeleições sucessivas. O mais importante era as medidas que faziam o povo participar mais das decisões do Estado. Os conselhos populares teriam sido uma revolução para a América Latina, teriam avançado em relação às teses do orçamento participativo e seria mais importante como combate ao neoliberalismo do que todos as discussões no Fórum Social Mundial.
5. O fim da independência do Banco Central também seria uma mudança importatíssima. Mas esta Hugo Chávez deveria ter buscado por outros caminhos sem colocar neste pacote de reformas.
6. De fato, as razões para a rejeição das reformas são uma icógnita, pode ter sido até mesmo para evitar o aprofundamento dos conflitos. Apenas espero que não seja por medo da democracia e por medo de assumir a responsabilidade pela tomada de decisão em nome do Estado.
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