Primeira pedra do projecto de construção de fábrica de biocombustíveis
O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, procedeu hoje ao lançamento da primeira pedra para a construção de uma fábrica de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar, na província de Gaza (sul), projecto avaliado em 345 milhões de euros.
O arranque do projecto da construção da primeira fábrica de biocombustíveis no distrito de Massingir - denominado PROCANA -, que deverá ocupar uma área de 30 mil hectares, está agendado para a primeira quinzena de Janeiro de 2008 e vai durar três anos.
As previsões do Governo apontam para rendimentos na ordem dos 28 milhões de euros na fase do funcionamento pleno, o que irá ter impacto positivo nas receitas do Estado, por concorrer para o equilíbrio da balança de pagamentos.
O empreendimento deverá criar oportunidades de emprego a sete mil moçambicanos e servirá como pólo para atracção de outros projectos de investimento, desenvolvendo a zona de Massingir.
Este é o segundo projecto de vulto instalado na província de Gaza, pois, além do Parque Transfronteirço do Limpopo, um dos principais pontos de atracção turística na zona sul do país, e da barragem de Massingir, cuja albufeira constitui um importante centro pesqueiro, não existe nenhum outro empreendimento importante susceptível de criar postos de trabalho e dinamizar o desenvolvimento naquela região.
A falta de investimentos tem concorrido para que jovens atravessem o Kruger Park à procura de emprego na vizinha África do Sul, tornando alguns destes vítimas de animais bravios.
O coordenador do projecto PROCANA, Paulo Machatine, sublinhou que, no âmbito da responsabilidade social do empreendimento, se prevê a construção de fontes de abastecimento de água potável para o distrito de Massingir e instalação de alguns projectos nos domínios da Educação e Saúde.
Este ano, o Governo de Moçambique assinou um contrato de 360 milhões de euros para o cultivo de plantas para uso energético, que lhe poderá assegurar a autonomia energética e promover a sua exportação com a Companhia de Indústria Mineira e Exploração da África Central, com sede em Londres.
No âmbito do contrato, o Governo moçambicano comprometeu-se a produzir 120 milhões de litros de etanol e fertilizantes por ano e a cultivar plantas de uso energético, tais como eucalipto, mandioca, pinhão-manso e cana-de-açúcar, para mais tarde poder exportar biocombustível para o mercado internacional.
Actualmente, Moçambique consome cerca de 590 mil toneladas de petróleo diesel por ano.
Uma vez atingida a sua independência energética, estará perfeitamente capaz de produzir combustível destinado à exportação.
O país usa para a cultivação de plantas energéticas 63,5 milhões de hectares, o que equivale a 6,6 por cento do seu terreno arável.
Esta semana, a Galp Energia assinou um acordo que visa a produção de óleo vegetal e de biocombustíveis em Moçambiqueo no distrito de Búzi, provincial de Sofala, centro, que prevê o desenvolvimento de actividades agrícolas e conexas, como a transformação de sementes em óleos vegetais que serão exportados na sua maioria para Portugal, para posterior processamento nas refinarias da companhia portuguesa.
A matéria resultante, explica a Galp Energia, será incorporada em combustível rodoviário como biodiesel de segunda geração.
O projecto envolve uma área total de produção controlada de 25 mil hectares e a promoção de até mais 25 mil hectares em regime de extensão rural.
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=20157&catogory=Mo%E7ambique
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