Acabei de ler o livro de Moshe Lewin, "O Século Soviético: Da Revolução de 1917 ao Colapso da URSS". Adorei o livro. Muito bom mesmo. É um livro anti-estalinista, sofre a influência de Trotsky, mas não é um livro antisoviético. O autor tenta efetivamente ser imparcial, diz não ser aplicácel o conceito de totalitarismo ao período posterior a Stalin. Também me surpreendi com uma análise positiva de Andropov, o secretário-geral que substitui Breznev e que anteriormente dirigia o KGB. Andropov tinha consciência da necessidade de reformar o sistema soviético, e ao longo do seu período no KGB acumulou informações sobre o sistema e sobre as reformas que deveriam ser implementadas. Talvez o autor seja um tanto condescendente com Andropov, mas é interessante ver uma análise diferente. O autor também é um defensor de Lenin, busca mostrar como Lenin percebeu o perigo que Stalin representava e tentou derrubá-lo, mas o derrame que acometeu Lenin impediu que ele levasse o seu plano adiante. E Trotsky que conhecia o plano de Lenin preferiu contemporizar com Stalin achando que ele estava errado, mas não seria uma ameaça ao sistema socialista que estava se implantando. Segundo o autor, o próprio Lenin utiliza o termo capitalismo de Estado para designar o sistema que estava sendo construído antes de ter condições de chegar ao socialismo propriamente dito.
O autor afirma algo que deveria ser aprendido pelos analistas brasileiros: "Os russos não produziam instituições ocidentais,não porque fossem incapazes de fazê-lo,mas porque não sentiam necessidade delas." A mesma idéia deve ser aplicada ao Brasil.
Um comentário:
Oi,Corival! Li, o seu comentário, sobre Lenin, stalin, e gostaria se vc poderia explicar melhor, sobre termo "capitalismo de estado' , que ficou um pouco nebuloso. Obrigado valeu!!
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