"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

É inaceitável! É vergonhoso! Mas com absoluta certeza não será demitido! Só no Brasil o Estado assume a existência de cidadãos de duas classes e nada acontece!

Publicada em 23/10/2007 às 17:59

Beltrame: 'Um tiro em Copacabana é uma coisa. Na Favela da Coréia é outra'. OAB critica diferenciamento

Reuters e O Globo Online

RIO - O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou, nesta terça-feira, que os traficantes locais estão adotando a estratégia de migrar armas e pessoas para favelas da Zona Sul da cidade para tentar inibir a atuação da polícia. Segundo o secretário, que participou do Seminário de Gestão Pública de Segurança, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ações policiais na Zona Sul, onde moram família de classes média e alta, são mais complicadas do que em comunidades carentes das zonas norte e oeste.

- Um tiro em Copacabana é uma coisa. Um tiro na Coréia (periferia) é outra. À medida que se discute essa questão do enfrentamento, isso beneficia a ação do tráfico de drogas - disse Beltrame no seminário.

Beltrame afirmou ainda que a política da secretaria de Segurança é de inteligência, mas são necessárias operações, como a da semana passada na Favela da Coréia.

- Nossa política é de inteligência, não é de enfrentamento. Mas não posso pegar um braço mecânico e ir à Favela da Coréia para tirar os marginais de lá - acrescentou ele, referindo-se à ação na semana passada nas favelas da Coréia e Taquaral, em Senador Camará, onde 13 pessoas morreram, entre elas uma criança. - O trabalho de inteligência tem planejamento para qualquer tipo de ação, a diferença está na execução. Ele será executado conforme a reação do bandido à presença da polícia. A Polícia Federal prende sem dar um tiro porque prende a elite. O cliente da PF é outro.

OAB critica diferenciamento

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Margarida Pressburger, ao reconhecer que "um tiro em Copacabana é uma coisa, e um tiro na favela da Coréia é outra", Beltrame "assumiu publicamente que, para o governo, o morador de classe média da Zona Sul recebe tratamento diferente e tem direitos de cidadania que o trabalhador que mora na favela não tem, quando é obrigado a ficar no fogo cruzado dos policiais com os traficantes, tem sua casa invadida por uns e por outros e não tem onde se abrigar".

Para Margarida, realmente fica difícil imaginar uma operação policial, nos moldes mostrados pela TV, num condomínio de classe média ou alta.

- Será que a polícia atiraria em quem corresse? Será que as pessoas que hoje criticam a defesa dos direitos humanos - para qualquer cidadão - apoiariam essas operações de guerra? - questionou. - O que a OAB defende é igualdade na aplicação dos direitos de cidadania, para pobres ou ricos, de qualquer parte do Rio. O que a OAB repudia é a política de confronto que mata inocentes.

A presidente da comissão disse ainda que o repúdio da OAB é maior ainda "sabendo dos resultados registrados pelo próprio governo: menos prisões (- 23,6%), menos armas apreendidas (-14,3%) e mais mortos (33,5%)" na comparação dos primeiros seis meses de 2007 e de 2006.

http://extra.globo.com/rio/materias/2007/10/23/325170174.asp

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