"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

domingo, 7 de outubro de 2007

José Américo de Almeida e João Pessoa!

Acabei de ler "O Nordeste e a Política: Diálogo com José Américo de Almeida". E descobri duas figuras fascinantes da história política do Brasil, o próprio José Américo e João Pessoa. Se o peso do Rio Grande do Sul sobre as nossas tradições políticas não fosse tão grande talvez houvesse espaço para se recuperar estas duas figuras. Os dois possuem o radicalismo que falta ao Brasil, o radicalismo em relação a valores e a interpretação literal dos normas éticas. José Américo de Almeida sempre que a prática política se tornou incompatível com os seus princípios, ele renunciou aos cargos e às posições ocupadas. As negociações podem ocorrer, mas dentro de determinados princípios que não podem ser rompidos. No Brasil isto é uma completa exceção. Interessante que os governos de José Américo de Almeida e João Pessoa foram marcadas pela exigência de que a lei também fosse aplicada aos correligionários e que a máquina do Estado não poderia ser utilizada contra os adversários para perseguição política, foi uma revolução na Paraíba. A firmeza de convicções resulta por exemplo na ausência de apoio por parte de João Pessoa à Revolução de 30, porque João Pessoa havia sido ministro do STM e condenado vários dos tenentes pelas revoltas dos anos 20, e dizia que por isso não poderia agora se aliar a eles.
E para quem não liga o nome à pessoa, José Américo de Almeida é o autor de A Bagaceira. E foi o chefe militar designado por João Pessoa para conter a revolta de Princesa, que depois levou ao assassinato de João Pessoa. E daí a morte de João Suassuna, pai do dramaturgo Ariano Suassuna. E este episódio de Princesa marca toda a obra de Ariano Suassuna. Interessante que no livro os entrevistadores não fazem qualquer pergunta sobre Ariano Suassuna.
Este livro é uma das primeiras entrevistas do projeto de História Oral do CPDOC/FGV. Se a contribuição da FGV para a economia brasileira é altamente questionável, a contribuição da FGV para a história do Brasil é inestimável. Por exemplo, acho que se entende muito mais o Brasil lendo a entrevista de Geisel ao CPDOC do que lendo o Elio Gaspari. O Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro é outra obra indispensável. E há uns dois anos comprei os cinco volumes por apenas 90 reais na Bienal do Livro de São Paulo.

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