Acabei de ler "O Nordeste e a Política: Diálogo com José Américo de Almeida". E descobri duas figuras fascinantes da história política do Brasil, o próprio José Américo e João Pessoa. Se o peso do Rio Grande do Sul sobre as nossas tradições políticas não fosse tão grande talvez houvesse espaço para se recuperar estas duas figuras. Os dois possuem o radicalismo que falta ao Brasil, o radicalismo em relação a valores e a interpretação literal dos normas éticas. José Américo de Almeida sempre que a prática política se tornou incompatível com os seus princípios, ele renunciou aos cargos e às posições ocupadas. As negociações podem ocorrer, mas dentro de determinados princípios que não podem ser rompidos. No Brasil isto é uma completa exceção. Interessante que os governos de José Américo de Almeida e João Pessoa foram marcadas pela exigência de que a lei também fosse aplicada aos correligionários e que a máquina do Estado não poderia ser utilizada contra os adversários para perseguição política, foi uma revolução na Paraíba. A firmeza de convicções resulta por exemplo na ausência de apoio por parte de João Pessoa à Revolução de 30, porque João Pessoa havia sido ministro do STM e condenado vários dos tenentes pelas revoltas dos anos 20, e dizia que por isso não poderia agora se aliar a eles.
E para quem não liga o nome à pessoa, José Américo de Almeida é o autor de A Bagaceira. E foi o chefe militar designado por João Pessoa para conter a revolta de Princesa, que depois levou ao assassinato de João Pessoa. E daí a morte de João Suassuna, pai do dramaturgo Ariano Suassuna. E este episódio de Princesa marca toda a obra de Ariano Suassuna. Interessante que no livro os entrevistadores não fazem qualquer pergunta sobre Ariano Suassuna.
Este livro é uma das primeiras entrevistas do projeto de História Oral do CPDOC/FGV. Se a contribuição da FGV para a economia brasileira é altamente questionável, a contribuição da FGV para a história do Brasil é inestimável. Por exemplo, acho que se entende muito mais o Brasil lendo a entrevista de Geisel ao CPDOC do que lendo o Elio Gaspari. O Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro é outra obra indispensável. E há uns dois anos comprei os cinco volumes por apenas 90 reais na Bienal do Livro de São Paulo.
E para quem não liga o nome à pessoa, José Américo de Almeida é o autor de A Bagaceira. E foi o chefe militar designado por João Pessoa para conter a revolta de Princesa, que depois levou ao assassinato de João Pessoa. E daí a morte de João Suassuna, pai do dramaturgo Ariano Suassuna. E este episódio de Princesa marca toda a obra de Ariano Suassuna. Interessante que no livro os entrevistadores não fazem qualquer pergunta sobre Ariano Suassuna.
Este livro é uma das primeiras entrevistas do projeto de História Oral do CPDOC/FGV. Se a contribuição da FGV para a economia brasileira é altamente questionável, a contribuição da FGV para a história do Brasil é inestimável. Por exemplo, acho que se entende muito mais o Brasil lendo a entrevista de Geisel ao CPDOC do que lendo o Elio Gaspari. O Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro é outra obra indispensável. E há uns dois anos comprei os cinco volumes por apenas 90 reais na Bienal do Livro de São Paulo.
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