"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O melhor e o pior de dar aula!

Sabe qual a melhor coisa de dar aula? É poder se sentir presunçosamente “copartícipe” das vitórias alheias seja em caminhos que você já trilhou seja em caminhos que você jamais escolheria trilhar, nesse caso, ainda te dá a ilusão de que você quisesse poderia ter feito a mesma coisa. É muito boa a sensação de ver a pessoa obtendo resultados, e você tendo a percepção de quanto ela evoluiu do momento em que você a conheceu até o estágio no qual se encontra. É muito boa a sensação de ver que o seu tempo, a sua chatice gera frutos ainda que você não seja o responsável direto por eles. Melhor ainda quando os ex-alunos fazem questão de compartilhar cada vitória. É bom ter a sua avaliação confirmada pelo desempenho na vida.

Sabe qual a pior coisa de dar aula? Não há uma, há três. A primeira é constatar que há pessoas pelas quais você não pode fazer nada, que não meio de atingi-las, são indiferentes a tudo, nem sobre enorme pressão, em geral, não tem a menor noção do que querem da vida, vivem por inércia. A segunda é acreditar em alguém, apostar, investir e descobrir que aquela pessoa jamais conseguirá ser mais do que é, é capaz, demonstra ser capaz, mas se contenta com pouco para não ter que fazer esforço. A terceira, e é a pior de fato, é identificar tardiamente o potencial de um aluno, e deixar ele passar o curso todo tranqüilo, sem exigir nada além do básico, quando ele poderia fazer muito mais se tivesse sido estimulado pressionado do modo certo, na hora certa. Tive um aluno que dei aula para ele num período em uma turma, no semestre seguinte ele estava junto com outra turma. Quando entrei na sala e o vi, pensei: “Que droga! Agora ele vai estragar esta turma.” De fato, ele não tinha nenhuma dedicação aos estudos, melhorou quando mudou de turma. Mas em nenhum momento demonstrou de fato que aquele era o mundo dele. No entanto, era. E eu descobri isso muito tarde, já não podia contribuir em nada com ele. O problema é que ele tem vergonha de estudar, pior, ele tem vergonha de saber as coisas com receio de sentir diferente, ser excluído, deixar de ser conhecido como o sujeito legal que se convida para todas as baladas e ser o cdf. Não percebeu que poderia ser as duas coisas. Um aluno que lê Saramago, Dostoievsky nunca poderia ser considerado um aluno medíocre, e jamais poderia ser ignorado, teria que ser pressionado, interrogado, doutrinado para fazer com que ele crescesse, se livrasse dos seus bloqueios. É óbvio que ele ainda poderá recuperar o tempo perdido, mas sempre irei lembrar que não contribui como deveria para isso. Ser chato, cobrar, exigir, comprar brigas só faz sentido se fizer diferença para o aluno. Há casos em que deveria ter cobrado mais, exigido mais, brigado mais.

Um comentário:

Jessiel Alves da Silva disse...

Gostei!!!


Quem será o aluno???

Jessiel