Hoje fui assistir o debate entre os candidatos a presidente da república do teatro da PUC promovido pelo UOL e pela Folha. Mais uma vez não houve um ganhador no sentido mais rigoroso do termo. Mas é possível dizer que definitivamente a Dilma não nasceu para este tipo de debate político que demanda alguma descontração, respostas rápidas, que tiram o candidato da berlinda e descredenciam a pergunta do adversário. a tentativa de dar sempre respostas complexas e densas travam o desempenho da Dilma, e pior, nos temas que ela não domina a tentativa de dar respostas significativas e densas faz com que as respostas sejam tortuosas, mas sem nenhum sentido, sem conteúdo. Por exemplo, a Marina fez uma questão boba sobre a reforma política (de fato a Marina desperdiçou uma questão), a Dilma falou, falou e não disse nada, ficou apenas um monte de palavras juntas num discurso empolado. Agora ela se soltou e foi muito bem ao responder as acusações do Serra sobre o Enem, inclusive inseriu na resposta a questão da Gráfica Plural de propriedade do Grupo Folha. Também foi firme ao responder a uma internauta sobre a questão da aviação civil no Brasil, fez a defesa da mudança do DAC para a ANAC. Ou seja, ela vai bem quando não precisa ser ”política”, quando não precisa fazer genêro. Como não tem prática nas disputas eleitorais, falta jogo de cintura e ele segue a risca as instruções dos assessores, por exemplo, fica em pé durante todo o debate, ela manteve quase a mesma postura erata, firme durante todo o tempo mesmo quando as câmeras não a focalizavam, só no finzinho ela se encostou um pouco no banquinho, mas aí se lembrou e voltou a posição padrão. Engraçado que novamente, como no debate na Band, para o Serra faltou novamente postura, parecia meio caído, desleixado. A Marina por mais que tente manter uma postura aparece como frágil. A Dilma, como a Marina errou na primeira pergunta, a Marina por trivialidade, a Dilma por atacar. Ela está liderando as pesqusias não precisa atacar o Serra, na verdade isso só interessa ao Serra e logo na primeira pergunta ela questiona sobre o DEM ter entrado com uma ação de inconstitucionalidade em relação ao PROUNI, é uma questão importante, poderia ser colocada por um aliado durante uma entrevista, ou pela própria Dilma respondendo a um ataque do Serra, mas no momemnto que foi colocado permitiu que o Serra respondesse elecando projetos nos quais o PT votou contra durante o governo FHC, que o PT foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra o Plano Real, contra a Constituição de 1988, que o PT era o partido do quanto pior melhor. Numa das vezes que foi repetir isso Serra errou e ao invés de dizer PT disse que o DEM é o partido do quanto pior, melhor. Outro erro besta do Serra foi dizer que a inflação no Brasil antes do real era de 5000% ao mês. Dilma levanta a questão das restrições impostas no governo FHC para a criação de escolas técnicas, sendo que escola técnica era o principal assunto do Serra no primeiro bloco e o Serra responde falando sobre o caso Eduardo Jorge.
A Marina a partir do segundo bloco procurou mostrar uma posição mais firme. De modo geral, ela foi muito melhor no debate do Uol do que no da Band, ela procurou se colocar claramente à esquerda de Serra, atacou o governo do PSDB em São Paulo, e obviamente não atacou o governo Lula, mas procurou defender que sem o tipo de arranjo político feito por FHC e Lula, ela poderá fazer mais pelo Brasil, inclusive a reforma política. Uma das questões da Marina para o Serra foi sobre a questão habitacional e na pergunta inicial ela falou sobre as favelas e não mencionou a questão da favela cenográfica que foi a polêmica sobre a propaganda eleitoral na TV de Serra na terça-feira. Na hora já anotei que a marina estava servindo de escada para o serra fazendo uma questão boba, genérica sobre habitação. Mas na réplica ao Serra, a Marina introduziu a questão da favela cenográfica, fala que visitou a favela da Mata Virgem e que a realidade habitacional de São Paulo não era a retratada por Serra e questiona o motivo da cidade cenográfica. Obviamente Serra na tréplica não mencionou a favela cenográfica, comportamento que já havia adotado diante das perguntas da imprensa.
O Serra foi o melhor no primeiro bloco, depois decaiu, a Dilma teve um comportamento uniforme, mas sem brilho exceto em poucos momentos. A Marina conseguiu se posicionar como uma alternativa, especialmente porque foi a última a falar no fechamento do debate, fez um discurso superior aos outros.
O embaixador Rubens Barbosa estava lá com o PSDB.
O jornalista Ricardo Noblat deu carteirada. O teatro estava dividido em dois setores, no setor 1 ficava os convidados dos partidos, os jornalistas da Folha/UOL, os executivos do UOl e algumas “celebridades” convidadas. No setor 2 ficava o restante da imprensa, assinantes do UOL e da Folha, o Noblat estava credenciado para este setor. Chegou, chamou uma, chamou outro e passaram ele para os etor 1, e onde ele foi sentar? Junto com o pessoal do PSDB, isto apesar do setor 1 estar com os espaços divididos para PV, PSDB, PT e pessoal da imprensa da Folha/UOL e celebridades.
O Maluf chegou cumprimentando todo mundo como se conhecesse a todos. Foi meio constrangedor o cumprimento entre a Marta Suplicy e o Maluf, ele estava sentado, ela estava passando na fileira da frente cumprimentando todo mundo, e o cumprimentou só com um aperto de mão e seguia andando e Maluf insistiu em falar algo e ela só olhou com um sorriso sem graça. O Maluf não se sentou junto com o pessoal do PT, mas na divisa entre PV e PSDB.
O Roberto Freire estava lá na primeira fila junto do Alckmin. Impressionante como a imprensa dá atenção pra ele mesmo ele não sendo ninguém.
Realmente o PMDB acha que a Dilma vai ganhar a eleição e quer pegar sua fatia do governo, até o Moreira Franco estava no debate junto com o pessoal do PT, realmente vestiu a camisa. E no fim até disputamos o banheiro, cheguei primeiro e não deixaria o Moreira Franco passar na minha frente rsrs
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