"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

sábado, 21 de agosto de 2010

China na economia mundial

São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

 

"Mundo está só com um motor, a China"

Para diretor da consultoria da "Economist", potência asiática compensa desaceleração global, mas tem risco de bolha

"Brasil desperdiçou chance de atacar problemas estruturais", critica consultor da britânica EIU

Doug Kanter - 20.out.09/Bloomberg

Prédios em construção no centro financeiro de Pequim
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
Com crescimento baixo nos principais países avançados, a China se tornou o único motor importante da economia global.
Mas há riscos importantes associados a bolhas de ativos formadas em anos recentes, principalmente no mercado imobiliário chinês. Um deles é que o nível de inadimplência na China comece a subir. Isso poderia causar problemas no setor bancário, provocando uma desaceleração mais forte do que o esperado da economia chinesa e levando o mundo a reboque.
Essas são as opiniões de Leo Abruzzese, diretor de pesquisas para o hemisfério Ocidental da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU).
Em entrevista à Folha, ele disse que o Brasil perdeu a oportunidade de fazer reformas importantes em 2010, quando a economia crescerá, segundo a EIU, pouco abaixo de 8%, e que, dificilmente, haverá vontade política para isso a partir de 2011, quando a trajetória de expansão voltará para cerca de 4.5%.
Leia os principais trechos da entrevista de Abruzzese.

Dependência da China
Os EUA terão crescimento reduzido por muitos anos, a Europa e o Japão também. Todos estão contando com a China para compensar essa fraqueza. Sem a China, é quase como ter um avião em que nenhum dos motores funcione bem. Teríamos um período sustentado de baixo crescimento global, não uma recessão, mas uma taxa de crescimento não muito acima do nível de uma recessão.

Risco de bolha
Nossa visão é que a China será capaz de promover uma desaceleração controlada.
Mas há um risco de que ao longo dos próximos três anos o nível de inadimplência comece a subir, colocando algum estresse no sistema bancário. Isso reduziria investimentos na China e a taxa de crescimento econômico.
Isso poderia colocar alguma pressão na economia chinesa. A China tem bolhas de ativos muito grandes, principalmente no setor imobiliário. Grandes bolhas de ativos são muito perigosas e é incomum que um país supere uma bolha sem algum tipo de dano para a economia.

Deficiências do Brasil
O Brasil avançou nos últimos anos, mas ainda há muitos problemas. A taxa de investimento é muito baixa. Eu ouço muitas reclamações de empresários sobre o sistema tributário e a qualidade da infraestrutura.
Algumas mudanças têm ocorrido. Mas nenhum dos empresários com quem tenho conversado aqui pensa que o país está atacando esses problemas de forma agressiva. E, com a economia crescendo a quase 8%....este era o ano quando isso deveria estar sendo feito. Quando a economia se desacelerar para 4,5% no próximo ano, a vontade política para promover reformas diminuirá.

Crise nos EUA
Nós acabamos de reduzir a projeção de crescimento nos EUA. Os dados recentemente divulgados têm sido piores do que esperávamos.
Mas isso não muda nossa visão geral. Já esperávamos que 2011 seria muito fraco à medida que os estímulos e o processo de recomposição de estoques expirassem.

"Duplo mergulho"
Não estamos esperando uma nova recessão. Em parte isso se explica porque o estímulo da política monetária nos EUA ainda é muito forte.
Além disso, os lucros das empresas têm sido fortes nos EUA por conta de cortes de gastos agressivos, demissões. Ainda que o crescimento em si não venha sendo muito forte, o investimento em equipamentos e software tem sido elevado.
Parece que as empresas estão aproveitando essa fase de baixas taxas de juros e menores custos de capital para começar a investir.

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