Mantida a atual conjuntura, resta para o PSDB começar agora a pensar nas eleições futuras. E pensar nas eleições futuras não significa pensar na eleição de 2014. Sem uma grande mudança, o governo Dilma ser uma catástrofe absoluta, e além disso o Lula abandonar a política por alguma razão grave, a eleição de 2014 também será uma eleição muito, muito difícil para o PSDB, porque ainda que a Dilma seja um fracasso, o Lula ainda terá força para voltar nos braços do povo. Provavelmente para o PSDB, a eleição presidencial de 2014 será utilizada como forma de criação de um nome viável para 2018 ou 2022, será o momento, por exemplo, para tornar o Aécio conhecido nacionalmente. É hora do PSDB olhar para a experiência do PT que ficou fora do poder por três eleições presidenciais consecutivas, mas foi construindo uma imagem de alternativa, insistindo sempre na mesma candidatura consolidando o Lula como liderança. Obviamente, não é o caso do PSDB insistir no Serra, é preciso abandonar o Serra, e apostar numa nova liderança para o PSDB. A maré de incompetência no PSDB anda tão grande que é possível que se fossem escolher alguém agora, escolheriam o Alckmin. Pessoalmente não apostaria nem no Alckmin nem no Aécio, mas fora os dois quem o PSDB tem? Creio que nas circunstâncias atuais, apesar do Alckmin ter chances quase nulas de vir a ser presidente do Brasil e dos problemas causados pelo centralismo paulista no PSDB, o ex-governador Alckmin é a principal liderança do PSDB, porque possui uma diferença extremamente significativa no contexto atual em relação ao Aécio Neves, é capaz de criticar o governo Lula, ataca o governo Lula, assume-se como oposição sem medo do impacto negativo das críticas a um presidente altamente popular e com governo tão bem-sucedido quanto o Lula. E se a oposição quiser sobreviver precisa aprender fazer oposição do contrário ficando mais oito, 12 anos fora do poder será cooptada em bloco.
Outro ponto que ameaça o PSDB e o DEM é a estratégia do Lula de atuar fortemente nas eleições estaduais. Creio que se o Lula entrar nas eleições estaduais atacando diretamente figuras como o Arthur Virgílio, José agripino Maia e outros, mostrando como eles dificultaram o seu governo, entravaram os projetos, e que vão dificultar para a Dilma, é possível que consiga impor algumas derrotas significativas a oposição federal nos estados.
O fracasso do DEM e do PSDB como oposição, como já disse em outro post, abre espaço para uma oposição de esquerda ao governo Lula, uma oposição de esquerda com viabilidade eleitoral. A melhor estratégia seria a criação de um novo partido com a presença da Marina Silva, a Heloísia Helena, etc. Um partido que recuperasse o melhor do idealismo do PT sem o radicalismo vazio do PSOL e sem o neoliberalismo/oportunismo do PV.
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