"Desde mi punto de vista –y esto puede ser algo profético y paradójico a la vez– Estados Unidos está mucho peor que América Latina. Porque Estados Unidos tiene una solución, pero en mi opinión, es una mala solución, tanto para ellos como para el mundo en general. En cambio, en América Latina no hay soluciones, sólo problemas; pero por más doloroso que sea, es mejor tener problemas que tener una mala solución para el futuro de la historia."

Ignácio Ellacuría


O que iremos fazer hoje, Cérebro?

segunda-feira, 30 de abril de 2007

A monarquia

Nasceu mais um herdeiro da coroa espanhola. Não sabemos se ocupará a trono. Mas cabe uma pergunta, ainda faz sentido haver monarquia? No plebiscito de 1993, eu já estava em Brasília, e votei pela monarquia e pelo parlamentarismo depois de sete horas de fila. No plebiscito utilizou pela primeira vez o voto em trânsito no país e nunca mais se repetiu. As pessoas ao invés de irem justificar no correio foram para a fila do voto em trânsito, uma fila enorme, lá eu ficava pensando se a fila para justificar voto estava daquele jeito também. Autoridas que furavam fila eram exustivamente vaiados e sempre havia confusão. A então ministra da reforma do Estado do governo Itamar, Luiza Erundina, foi para a fila que ficou como todos os demais, com uma diferença, tinha um assessor para segurar uma sombrinha pra ela. Realmente fazia sol. Também ficou na fila o ministro do trabalho Walter Barelli, mas se eu não me engano ele desistiu e foi embora. Este Barelli eu respeitava, mas depois aderiu ao neoliberalismo. O governo Itamar poderia ter sido um bom governo.
Voltando à monarquia. Talvez hoje com o fim do risco de retomada do absolutismo monárquico, a monarquia seja mais útil e viável. Primeiro pela razãop sempre ivocada pela estabilidade diante das freqüentes mudanças de governo. Mas muito mais importante por treinar alguém ao longo da vida para governar, comandar um Estado, ter uma visão maior sobre os problemas nacionais. Poderia ser aplicado ao Brasil, o problema no Brasil é que aqui é impossível permitir que o futuro monarca se integre na sociedade sem se desvirtuar. Por exemplo, onde estudaria? Os ricos no Brasil tem péssima educação, péssima formação intelectual, e especialmente uma tragédia de formação cultural como qualquer um do povo brasileiro. Como sempre digo o trágico do Brasil não é que exista o funk, nem que o povo da periferia ouça, é que a elite ouça aí qualquer país vira terra arrasada, deixa de haver de quem se esperar alguma coisa. Neste cenário, o princípe teria que ser educado na Europa e aí não teria ligações com o Brasil e os problemas nacionais, esvaziando a sua condição de intérprete do interesse nacional. Haveria também a possibilidade da educação ocorrer apenas através de tutores no Brasil, ajudaria, mas também seria arriscado. Seja como for, no Brasil, nem das boas idéias se pode esperar muita coisa, infelizmente com a monarquia é assim.
Outro problema prático para a monarquia no Brasil são as disputas sobre qual o herdeiro de direito. Pelo que eu já li, considero que o ramo legítimo é o que está ligado a TFP. E este é outro problema, rei deve ser conservador, mas da TFP já seria demais. E nem adiantaria um compromisso de afastar-se da instituição, pois na prática isso não ocorreria.

Roubaram a biblioteca do Peru

Na Guerra do Pacífico entre o Chile e o Peru. O Chile ocupou Lima e roubou a Biblioteca Nacional do Peru. Quem sabe seja por isso que o Chile tenha um dos melhores níveis educacionais entre países pobres e o Peru não vá tão bem. Só espero que os livros não tenho sido roubados para serem vendidos para o sebo como se faz com as bibliotecas brasileiras.

Alejandro Foxley carrega Pinochet na alma.

Alejandro Foxley, o minitsro das relações exteriores, é economista, atua como político desde a redemocratização. Li trabalhos dele antes de saber que ele havia se tornardo político. Pelo que ele escreveu sempre o associei ao governo Pinochet, um crítico, mas uma crítica de alguém que ama. O fato dele ter sido o minstro da fazendo do governo Aylwin apenas reforçou a minha visão. Muito estranho que agora ele seja ministro das relações exteriores mesmo dele, Partido Democrata Cristão, fazendo parte do governo. Pobre Peru, corre riscos.

Peru versus Chile

O Peru e o Chile continuam em pé de guerra. O ministro da relações exteriores do Chile, Ajelandro Foxley, declarou que o Chile está pronto para enfrentar o Peru. O general do exército peruano disse que isso deixa claro que vence quem está mais armado e não quem tem razão. E clama por uma rápida modernização das forças armadas chilenas. O governo prometeu que 2011 o exército peruano terá recuperado sua capacidade militar, o general acha tarde demais diante da ameaça chilena. Cultivo uma dúvida atroz, a América Latina é o mundo dos falastrões ou pode-se levar a sério as besteiras sempre repetidas por aqui?

domingo, 29 de abril de 2007

A investidura do arcebispo de São Paulo

Hoje eu fui à cerimônia de investidura do arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Odilo Scherer. A cerimônia durou três horas e 20 minutos, e isto porque no final se antecipou a benção final para antes dos cumprimentos de religiosos, autoridades civis e militares. Eu penso que o núncio apostólico representava o papa no país apenas do ponto de vista das relações entre o Estado do país e o Vaticano. O núncio apostólico seria o representante diplomático do papa, ma espécie de embaixador. Obviamente sem deixar de ser um religioso. No entanto, na cerimônia de investidura do arcebispo, o núncio apostólico comportou-se também como representante do papa no Brasil para questões religiosas. Daí decorre dois problemas, o primeiro que as funções de Estado e de igreja do Vaticano são indissociáveis. O segundo é sobre qual a maior autoridade eclesiástica no país. Sempre imaginei que eram os cardeais, sendo o cardeal primaz, o primeiro entre os iguais. Mas pelo jeito mesmo que não interfira no dia-a-dia da igreja no Brasil, o núncio apostólico continua sendo o representante do papa para os todos os fins.
Um dos convidados foi o arcebispo da Igreja Católica Greco-Melquita, dom Fares Maakaroun. Achei-o muito divertido, mostrou muita desenvoltura no altar entregando um presente para dom Odilo e fazendo um discurso, e se movimentando pelo altar. Como eu já disse uma outra vez há vários ritos católicos, ou digamos diferentes formas de celebração da missa, a melquita é uma delas.
Outro fato curioso foi ter visto o ex-ministro e ex-secretário do trabalho de São Paulo, Walter Barelli, fora do espaço reservado para as autoridades, assistindo de pé e encostado em uma coluna para assistir a solenidade. A isso se dá o nome de ostracismo!
Foi bastante acentuado o papel dos leigos e das pastorais. Muitos aplausos quando se mencionou o nome de dom Paulo Evaristo Arns pela primeira vez. O cardeal Arns foi mencionado incialmente pelo núncio. O cardeal Arns não compareceu ao evento, ou já está muito doente ou não desejou ofuscar o novo arcebispo.
A Catedral da Sé parecia uma verdadeira exposição de trajes religiosos. O maior grupo uniformizado era certamente o dos Arautos do Evangelhos (dissidência da TFP, mas que é reconhecida pelo papa). Havia um grupo grande de noviços. Nem todos os religiosos conseguiram enfrentar as três horas de cerimônia, vários grupos começaram a se retirar antes do fim da cerimônia.
Uma questão, é quanto tempo demorará para dom Odilo ser nomeado cardeal.
Enquanto eu assistia a solenidade, o São Caetano venceu o Santos.


Hoje o Brasil e o mundo é São Caetano no paulistão.
Santistas nada de chorarem depois da derrota,
guardem lágrimas para chorar a derrota na Libertadores.
Dois campeonatos, duas eliminações
Santos com Luxemburgo, 100% de aproveitamento.
É a maldição que o Luxemburgo trouxe do Real Madrid.

Vladimir Putin? Coisa de mulher ou da espécie humana?

Top dream mixed double partners

10) Orlando Bloom (he might need help with the lobs)
9) Bono
8) Yao Ming (nobody could lob us)
7) Lebron James (I just want to see him in his tennis whites)
6) Adam Scott (Night match please?)
5) Christiano Ronaldo (this is one hot team!!)
4) Prince William (they will love us at Wimbledon)
3) President Putin (nobody will mess with us!!)
2) James Bond
1) John McEnroe (I want to yell at the umpires with him)



A lista aí em cima foi elaborada pela Maria Sharapova. Está no site dela, fiquei sabendo pelo Pravda e fui verificar se era verdade que o presidente da Rússia Vladimir Putin ocupava o terceiro lugar na lista dos homens favoritos dela. Putin? Das duas uma, ou ela padece da doença de todos os homens, o puxa-saquismo; ou da doença da mulheres, sempre seduzidas pelos homens de poder, e aí o que uma bomba atômica não faz. E faz tempo que eu quero enganar os sites de busca colocando uma foto de uma mulher bonita e dizendo que ela está nua para ver se apareço nos sites de busca além de quando se procura por Corival. Óbvio que a idéia não foi minha, vi em dois blogs fazendo e queria experimentar. Eles diziam ter dado certo. Então para todos os efeitos aqui tem uma foto da Maria Sharapova nua. Então, a péssima lista dela me deu a chance de fazer este teste.rsrs

O que se faz com um euro?

A reportagem do jornal El País apresenta o que se faz com um euro em vários países em relação à política social. Basicamente o quanto um euro pode ajudar uma ONG em um país do Terceiro Mundo. Por exemplo, em Angola, 1 euro garante água potável para 2600 pessoas por um dia.

Hugo Chávez não abandonou a ALBA!

Para minha surpresa, Hugo Chávez não abandonou a ALBA, quer comandar dois processos de integração a UNASUR e a ALBA, sendo a ALBA mais radical politicamente e tendo como membros apenas Bolívia, Nicarágua, e Cuba além claro da Venezuela. E para mostrar que está disposta a investir no projeto Chavéz propos garantir 100% da demanda energética dos membros mais a do Haiti, e financiar 50% e destinar estes recursos para projetos agrícolas ou industriais que beneficiem a população. As propostas de Chávez são sempre ousadas, assim é capaz dele conseguir reorientar politicamente algum país da América Central do eixo americano para as políticas chavistas. No entanto, é muito difícil acreditar que estas políticas terão resultados práticos, que mudarão o panorama político-econômico da região. Mas é preciso ficar claro nunca houve algo similar na região. O impacto emocional da revolução cubana foi incomparavelmente maior, mas gerou propostas, nem ações de políticas alternativas na região. O Hugo Chávez tornou a América Latina mais interessante, mais dinâmica. Enquanto o Lula a torna mais chata, mais repetitiva. O Lula caminha sobre as tendências seculares que marcam a região. O Hugo Chávez procura apagar as pegadas profundas do caminho muitas vezes percorricos e construir uma nova estrada que afaste a região das suas tendências seculares. Provavelmente os dois fracassaram, mas um colocará o nome na história como herói.

Mais sobre a Turquia

Um dos editoriais do Financial Times na internet intitula-se "Diga não, sr. Erdogan!". Erdogan é o primeiro-ministro da Turquia, e diga não é uma ordem para que ele desista de ser o presidente da república. O mundo é mesmo muito divertido, um jornal inglês faz um editorial pedindo que o primeiro-ministro da Turquia desista de ser presidente, numa eleição já ganha, uma vez que o presidente é eleito pelo parlamento, e o partido do primeiro -minitsro é sempre o maior, o sr. Erdogan só não será o presidente se não quiser. Mas esperemos que não porque o Financial Times não queira. Talvez porque o exército não queira. O partido do sr. Erdogan é um partido com tendências islâmicas, ele mesmo tem tendências islâmicas, mas que segundo o FT ele conseguiu controlar. O temor do FT e do exército é que ele indo para a poresidência abra espaço para que um radical islâmico assume o poder, ou mesmo que ele aceite que um radical islâmico seja eleito presidente, pressiona-se para que o escolhido seja um defensor do estado laico mesmo que não de oposição. O temor do exército é o mesmo. Como esperamos que as armas sejam apenas as do militares, isso significa que quem pode derrubar o governo caso a ordem do Financial Times não seja cumprida é apenas o exército. Será? Não, o FT representa a opinião do mercado, pobre Turquia, entre a manu militari, a mão invisível do mercado, e a mão de Deus que não é a do Maradona. A União Européia e os EUA atacaram os militares pela posição golpista, mas também são contra um governo islâmico, mas ficaram com o nhemnhem democrático para não dar bandeira até que haja um governo claramente islâmico. Que Alah tenha piedade dos turcos!

Arábia Saudita ou Egito? É isso que é soft power?

No Egito estão discutindo quem tem mais importância no Oriente Médio, a Arábia Saudita ou Egito, como interlocutores do EUA e negociadores do conflito do Oriente Médio. Interessante que o analista é de oposição do governo Murabak, mas defende a importância do Egito. Creio que no Ocidente não há essa dúvida, é a Arábia Saudita. E também é curioso um país disputar a posição de principal interlocutor dos EUA na região! Será que é isso que chamam de soft power? Se for então o Brasil é uma potência na América do Sul, os americanos adoram bater papo com os brasileiros. E na América Latina, o Brasil disputa com o México com quem os EUA conversam mais. Enfim, a ignorância grassa porque a ingenuidade a acompanha.

A Turquia está escolhendo o que significa ser turco!

Por incrível que pareça a Turquia neste momento está escolhendo o que é ser turco. Numa ação tipicamente latino-americana, as Forças Armadas da Turquia lançaram um manifesto alertando o país que a Turquia é um Estado secular e assim deve permanecer. As Forças Armadas consideram uma ameaça ao país qualquer manifestação religosa pública que vise associar o islamismo ao Estado. Isso significa inclusive vetar candidatos a presidente que defendem uma retomada do papel do islã nas instituições estatais. O primeiro-ministro respondeu que os militares estão subordinados ao primeir-ministro e não podem se manifestar contra o governo, ou se posicionar a respeito das eleições presidenciais. De fato, o conflito está em curso, a resolução dele determinará o caminho da Turquia para a União Européia, quanto menos trcos foram, quanto menos islâmicos forem, maiores serão as oportunidades de serem europeus. Para renascer como europeus, os turcos devem morrer como turdos. Mais místico impossível.

Indústria automobilística chinesa

A indústria automobilística chinesa já está se internacionalizando na região. Daí decorre uma questão crucial, a indústria chinesa será capaz de deslocar os seus concorrentes internacionais do mercado? Conseguirá ocupar um espaço como um grande oligopólio? Caso a China não faça isso, mais cedo ou mais tarde a indústria chinesa será incoporada pelos grandes grupos internacionais e a China não será mais que um Brasil, e diante do projeto isso chinês isso seria muito pouca coisa.

Como se sabe que ainda é subdesenvolvido?

Certamente quando se fica com o lixo dos ricos ainda é um país atrasado. A reportagem do jornal japonês diz que uma parte do lixo eletrônico japonâs é enviado para a Índia e a China para serem recondiconados por trabalhadores em condições de subemprego.

Chineses querem vender tigres para financiar parque dos tigres

Dos felinos, o tigre é um dos mais bonitos. Mas se tornará cada vez mais difícil preservar tigres e outros felinos, porque demandam a preservação de uma ambiente muito grande intacto onde se possa desenvolver também as presas dos tigres em condições de se protegerem suficientemente dos tigres para que os dois não sejam dizimados. Em economias em cresimento, com pequenas áreas aptas para a expansão agrícolo, a sobrevivência da vida selvagem é inviável. Talvez devamos aceitar que os animais irão desaparecer e que apenas os que puderem ser criados em cativeiro terão a chance de continuar existindo.

Miguel Arraes

Neste sábado assisti no canal Brasil da Net um documentário sobre Miguel Arraes. Miguel Arraes é um dos grandes exemplos das contradições políticas do Brasil. Arraes foi e primeiro lugar o grande imigo das oligarquias nordestinas e não apenas da pernambucana. Com prefeito do Recife, Arraes representou uma enorme mudança na política brasileira, foi para o Nordeste o que Brizola foi para o Sul do país, com a diferença que o Nordeste precisava mais da mudança e era mais difícil de ser mudado. Arraes chegou a aparecer nas pesquisas de intenção de votos para presidente antes do golpe, ele imaginou inclusive que poderia ter oportunidade uma vez que a camapnha brizolista "Cunhado não é parente, Brizola presidente" estava fadada ao fracasso em situações normais. Os dois perderam a oportunidade com o golpe e foram abandonados pela história. Já escrevi antes Brizola merecia ter sido presidente, fez por onde, este é uma das grandes injustiças que a história fez com um homem que dedicou a vida se preparando para ser presidente do Brasil. Brizola se perdeu nos anos 90, mas não apagou a sua história. Arraes após o retorno do exílio, havia se exilado na Argélia, continua sendo um político de esquerda. Mas agora já não representava a mudança no Nordeste, nem em Pernambuco, aproximou-se das oligarquias. Foi cooptado, sem necessariamente ter se vendido, a sua biografia se empobreceu e a sua possibilidade de ascensão política reduziu seriamente, nunca mais foi cotado para ser candidato a presidência da República. Mas alguém que teve um livro sobre ele escrito por Antônio Callado, Tempo de Arraes, jamais terá sua história apagada. Nos anos 60, o seu impacto sobre a sociedade foi tal que vários livros foram escritos sobre ele e sobre Pernambuco de Migual Arraes.

Apenas o Brasil não pode crescer

Pelo que parece apenas o Brasil não pode crescer, a China crescerá novamente 10% este ano e os investimentos em capital fixo, 25%. No Brasil crescer é considerado uma idéia atrasada e conservadora. Antes mesmo de começar o PAC já é passado, será menos lembrado na história dos planos de desenvolvimento do Brasil do que o I PND do Delfim. É engraçado, sempre se fala do II PND e ninguém lembra do primeiro. Eu mesmo quando vou dar aula não meciono, e o I PND foi tão esquecido que nem aluno com uma pergunta pronta em mãos, nunca faz. Apenas uma vez vez uma aluna me perguntou se existia um I PND. Nenhum aluno perguntará sobre PAC no futuro, nem os petistas, ficaram com vergonha.

Credo Niceno-Constantinopolitano Católico e Ortodoxo 2

No post abaixo há o Credo Niceno-Constantinopolitano Católico e Ortodoxo para ser comparado. Uma das razões do rompimento entre ortodoxos e católicos está na oitava declaração. O Credo Niceno não é o credo que em geral os católicos aprendem na catequese, aquele é o Credo dos Apóstolos que também existe na Igreja Ortodoxa, mas eles utilizam mais o Credo Niceno. Os dois credos são aceitos pela Igreja Luterana, foram incorporados ainda no século XVI para mostrarar aos críticos que os luteranos não eram apenas uma seita ou movimento, mas se vinculavam as determinações históricos dos Concílios. Não sei se as demais denominações protestantes reconhecem quaisquer dos credos, provavelmente as Igrejas históricas em geral o fazem, enquanto as demais nem devem saber que existem.

sábado, 28 de abril de 2007

Credo Niceno-Constantinopolitano Católico e Ortodoxo

Credo Niceno-Constantinopolitano Católico
1. Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.

2. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:

Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas.

3. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.


4. Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.

5. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras;

6. E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.

7. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.

8. Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.

9. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.


10. Professo um só batismo
para remissão dos pecados.

11. Espero a ressurreição dos mortos;

12. E a vida do mundo que há de vir. Amém.


Credo Niceno-Constantinopolitano Ortodoxo

1. Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

2. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos:

Luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai.Por Ele todas as coisas foram feitas.


3. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.

4. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.

5. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras;

6. E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai.

7. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.

8. Creio no Espírito † Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.

9. Creio na Igreja Una †, Santa, Católica e Apostólica.

10. Professo um só batismo
para remissão dos pecados.

11. Espero a ressurreição dos mortos;

12. E a vida do mundo que há de vir. Amém

Os poderosos santos russos

Coitado dos comunistas, por essa, eles não esperavam. A família imperial russa é considerada santa e mártir da igreja ortodoxa pelo Patriarcado de Moscou e toda a Rússia. Já há vários ícones com os membros da família real, especialmente com o czar. É isso entre outras coisas que derrubou o comunismo, os comunistas russos não foram capazes de seduzir o coração dos russos de substituírem emoconalmente as antigas instituições, e assim sempre foram vistos como opressores, as famílias transmitiam para os seus filhos a idéia que o regime era passageiro e que tornava a vida dos russos pior. É impossível forçar o ateísmo. Enfim, quem ainda não escolheu um santo de devoção pode escolher os santos mártires czar Nicolau, czarina Alexandra, príncipe Aleksei, princesas Olga, Maria, Tatiana, e Anastácia. E lembrem-se a Anastácia morreu!





Mudança de endereço

Mudei o blog de endereço e só irei atualizar este aqui. Trouxe para cá apenas os posts que eu mais gostava do anterior. Especialmnete trouxe as piadas russas, que já estavam no arquivo do outro e eu as acho muita engraçadas. Quem quiser reclamar das cores que eu escolhi, pode reclamar. Se quiser dar outro palpite também fique à vontade. Abaixo deste mensagem não há nada novo, o que não quer dizer que não haja nada para ser lido.

A distância do outro, ThunderCats e Mumm-Ha

Segundo Carl Schmitt, a política se define pela relação amigo-inimigo. É a diferenciação entre quem é amigo e quem é inimigo que gera a arena política, seja na política interna seja nas relações internacionais. Esta é uma posição subjetivista e portanto frágil teoricamente. Mas quando olhamos o mundo real vemos um conjunto de relações sendo definidos pela operação amigo-inimigo, ou conhecido-desconhecido. O povo considerado estranha, diferente é colocado como inimigo, desconheço, portanto, temo. Desse modo, o Islã teme os EUA, os EUA temem o Islã. O Bush, enquanto iniciador da guerra, é visto pela personificação do mal. Espera-se que sempre seja mal. O diabo deste raciocínio é que de perto até o Diabo tem os seus atrativos, as suas qualidades. Mas é difícil não temer o outro que rotulamos como ameaçadores, todos os moradores de rua são considerados perigosos, violentos. Andando pelas ruas, olhamos pessoas que nunca vimos e consideramos suspeitas. Do mesmo modo, a Madre Tereza de Calcutá é considerada a personificação da bondade, ajudou milhões de pessoas, no entanto, ela contribuiu para a manutenção da estrutura tradicional da sociedade indiana pelo apolitismo. Representa a paz, o bem, mas representa também o atraso, o tradicionalismo. Mas se olharmos as diferentes dimensões do ser desmontamos todos os mocinhos e bandidos. E será que a sociedade conseguiria sobreviver num mundo onde heróis e vilões são iguais, onde o superman e o Lex Luthor, o Batman e o Coringa, onde o professor Xavier e o Magneto, os Thandercats e Mumm-Ha (antigos espíritos do mal transformem esta forma decadente em Mumm-Ha, o de vida eterna), ou os G.I. Joe e os Cobra possuem em essência os mesmos objetivos apenas os expressam por modos distintos projetos. Do mesmo modo, ambos possuem fraquezas e sustentam virtudes no interior do seu grupo. Os heróis atacam os vilões com a mesma violência, desejo de vitória, crença na superioridade do seu grupo que os vilões. Heróis e vilões violentos, mas a violência do herói é encoberta de virtude, por isso sonhamos praticar a violência praticar a violência do herói, as glórias e a absolvição pela violação dos valores mais nobres da humanidade porque o fez em nome dos valores mais nobres da humanidade. Se há vilões e heróis, bandidos e mocinhos a cooperação se torna impossível. Sentar na mesa para conversar com o vilão, com o bandido é se colocar no mesmo plano, é reconhecer-lhe a legitimidade de seus pleitos. Mas como pode os ThunderCats receber o Mumm-Ha, o Escamoso, o Simiano e o Chacal na Toca dos Gatos? O que Jaga iria pensar? Como Jaga se projetaria da espada justiceira para julgar a ação dos ThunderCats? Como o Olha de Thundera se comportaria? Um mundo onde o professor Xavier pudesse sentar a mesa e negociar com o Magneto a solução dos conflitos entre os mutantes para em seguida estabelecer um acordo entre os mutantes e os humanos seria certamente um mundo onde os problemas não desapareceriam, mas se reduziriam em função da ação racional e concentrada. Mas e os Morlocks? Deixariam de ser vistos como o outro, como o diferente, como a ameaça? É pobre um mundo onde não se pode esperar que as sociedades se organizem sem a necessidade de acreditar mocinhos e bandidos, heróis e vilões. Isto tudo foi um preâmbulo para uma análise da regressão que ocorreu nas relações internacionais contemporâneas pela introdução da dicotomia heróis e vilões. Claro que de um modo ou outro sempre esteve aí. Mas após os atentados de 11 de setembro, os alinhamentos passaram a ser enquadrados dentro desta estrutura mesmo quando não tem relação com o terrorismo diretamente. Ao introduzir a questão do eixo do mal, Bush atribuiu-se a missão de todos os heróis. Os heróis existem para combater o mal. E mais quem identifica o mal é o herói. Assim, Bush passou a identificar o mal usando os seus poderes de raio-X, e localizado o inimigo o herói precisa salvar a mocinha, a América que está tendo as suas virtudes violadas e ameaçadas. Para salvar a donzela derruba-se prédios, captura-se todos os que parecem bandidos, tudo pela pureza da América. O herói dita as regras sobre o que diferencia o bem e o mal. No papel de herói Bush criou os bandidos e vilões do sistema internacional. O problema é que todo bom vilão recusa este papel, afirma estar fazendo o que é necessário para o seu bem-estar, se proteger do suposto mocinho, que de fato o oprime impedindo que alcance os seus objetivos. Enfim, no mundo real, quando Bush rotula uma parte da humanidade de vilões; nesta mesma parte que se coloca como vítima, nascem novos heróis para combater o satânico vilão George Bush. E quando os duelos começam pouco se sabe onde estão as virtudes, e pouca é a capacidade para encontrá-las. Quando não sabemos onde o mal está, procuramos aqueles com os quais mais nos parecemos para serem as vítimas e os heróis. O outro automaticamente é o vilão. E o dualismo no pensar vai se perpetuando pela necessidade inesgotável de dividir o mundo entre o bem e o mal. Um parêntesis, talvez fosse recomendável que todos começassem a ler o livro de Saramago “O Evangelho segundo Jesus Cristo”. Na parte que nos interessa, Jesus quando saiu para o deserto muito jovem e foi criado por um pastor. O pastor que lhe dava todas as instruções. Um dia Jesus anda sobre as águas e chega a um barco onde Deus o espera. Jesus terá uma reunião com Deus, mas Deus avisa que é preciso esperar que há outro convidado, Jesus olha e vê alguém nadando como um cachorro, quando ele chega Jesus vê que é o pastor. E o pastor era de fato o Diabo. Estavam então em uma reunião de cúpula no barco Deus, Jesus e o Diabo. Ou seja, o filho de Deus foi criado pelo Diabo. E é ali que Jesus conhecerá a sua missão. Então pergunta o que o Diabo faz lá, o que tem com o assunto, e Deus responde explicando que a expansão de Seu Reino é também a expansão do império do Diabo, os dois crescem juntos. E para que o império de Deus e do Diabo se expanda, Jesus precisa morrer para que muito sangue seja derramado em seu nome e o império dos dois Senhores cresça. Jesus pergunta a Deus sobre quanto irão morrer e Deus começa a nominar os principais mártires do cristianismo e as formas pelas quais morreram. E Jesus chora pela dor que irá causar. Entre o céu e a terra, quando o poder, o Estado, as macroestruturas definem o bem e o mal, definem a continuidade da guerra, porque a luta contra o mal é uma luta eterna que o herói não tem o direito de abandonar. O Bush não sabia onde estava se metendo, quis livrar a América do mal e se condenou a ser o herói perpétuo, não pode negociar com o mal, e também não pode redefinir o mal, dizer que o mal não era o mal. Como pode o herói não saber qual é o inimigo, onde está a ameaça? Se brincar de mocinho e bandido com o Bush não tem graça quando ele escolhe o papel de herói. Participar da brincadeira sendo Bush o vilão também não melhora o mundo. Os povos mulçumanos podem ser povos oprimidos e sofredores, podem ser vítimas. Mas são mais vítimas dos seus sistemas internos do que dos EUA, ou do tirânico Bush. A família real saudita empobrece, enfraquece o islã mais do que a presença da base americana na Arábia Saudita. A Jordânia, a Síria fizeram tanto pelos palestinos quanto os EUA. Os curdos são tão bem tratados pelos iraquianos e turcos quanto são os afegãos pelas tropas americanas. Os iraquianos não estão sofrendo mais do que fizeram sofrer os iranianos. O Paquistão apoiando a guerra no Afeganistão colaborou para a opressão dos mulçumanos do mesmo modo que denuncia que a Índia faz internamente. O Irã que denuncia a perseguição religiosa contra os mulçumanos persegue as demais religiões existentes no Irã como, por exemplo, a Fé Bahaí. Os palestinos protestam contra a opressão judaica, mas reclamam é porque não podem destruir Israel, o que desejam é acabar com o Estado de Israel, então o lamento é por não ter a quantidade de armas necessárias para destruir Israel, outro grande vilão. Daí se conclui, que o inferno está cheio de mocinhos e bandidos, sobre a terra o que prospera são os conflitos e contradições onde heróis e vilões estão sempre trocando de posições. Daí decorre dois realismos, o idealista diria que é possível solucionar os problemas bastando para isso que tiremos nossas capas e sentemos para negociar reconhecendo que nenhum dos lados está ali representando os valores mais nobres da humanidade, porque valores não podem ser negociados. É preciso negociar como humanos e não como símbolos de idéias, valores, religiões, etc. O realismo strictu sensu diria que os mocinhos sempre vencem, são sempre mais fortes, então esperemos a guerra acabar e saberemos quais são os heróis. E quando a guerra não acaba?

As piadas russas

As piadas russas foram retiradas da seguinte página: http://selin.tripod.com/Submenu3.html.
Tchúkcha são povos que vivem no ártico, caçadores e criadores de rena.
Khruschev foi o secretário geral do PCUS após a morte de Stálin e revelou os crimes de Stálin.
Brezhnev assumiu o cargo de secretário geral do PCUS quando Khruschev foi afastado.
Andropov foi dirigente da KGB (polícia política) e se tornou secretário geral do PCUS com a morte de Brezhnev.
Agência TASS: agência de notícias do governo soviético.

Piadas do período da União Soviética

Na pauta da reunião do partido de um "kolkhoz" (fazenda coletiva) havia duas questões na ordem do dia:
a) construção de um barracão;
b) construção do comunismo.
Devido à falta de tábuas, decidiu-se passar direto para a segunda questão.

Diga-me, este já é o comunismo ou será ainda pior?

Um velho "bolchevista" dizendo ao outro:
- Não, meu velho, nós dois não viveremos até a chegada do comunismo, mas as crianças... Lamento por elas!

-- Pode-se construir o comunismo na Suécia?
-- Pode. Mas seria uma pena.

-- É possível construir o comunismo?
-- Construir até dá. Agora, sobreviver a ele -- dificilmente!

-- É possível construir o comunismo em Israel?
-- Pode. Mas o que um país tão pequeno vai fazer com uma felicidade tão grande?

Brezhnev pergunta ao Papa:
-- Por que as pessoas acreditam no paraíso católico, mas se negam a acreditar no paraíso comunista?
-- É que o nosso paraíso nós não mostramos!

-- O comunismo é uma ciência?
-- Não. Se fosse ciência, seria inicialmente testada em cobaias de laboratório.

-- Qual a diferença entre a matemática e o comunismo científico?
-- Na matemática fornece-se algo e deve-se comprovar algo. Já no comunismo científico tudo está comprovado e nada é fornecido.

Dialogo em família na época do Kruschev.
-- Vovó, Lenin era bom?
-- Sim, meu netinho, era bom.
-- E o Stalin era mau?
-- Era sim, netinho, era mau.
-- Vovó, o Khruschev é bom ou mau?
-- Assim que ele morrer, saberemos.

-- Por que Lenin usava sapatos e Stalin - botas?
-- É que na época do Lenin, a Rússia estava na merda somente até o tornozelo.

O clube de uma cidade do interior anunciou uma palestra sobre o tema: "O Povo e o Partido estão unidos". Não apareceu ninguém. Uma semana mais tarde foi anunciada a conferência "3 tipos de Amor". O salão superlotou.
-- Existem três tipos de amor, -- começou o orador. -- O primeiro tipo é o amor patológico. Isto é ruim, e sobre este tema nem vale a pena falar. O segundo tipo é o amor normal. Este todos conhecem e portanto, também não vamos nos alongar neste assunto. Resta ainda o terceiro -- o mais elevado tipo de amor -- o amor do povo pelo partido. E é sobre isto que vamos discorrer mais detalhadamente.

O orador começa a enumerar as conquistas do "Plano Quinquenal":
-- Na cidade X foi construída uma usina elétrica...
Uma voz da sala:
-- Acabei de vir de lá. Não existe por lá nenhuma usina elétrica!
O orador continua:
-- Na cidade Y foi construída uma indústria química...
A mesma voz: -- Estive lá a semana passada. Não havia nenhuma fábrica!
O orador não se contêm:
-- E o Sr., camarada, deveria ler mais jornais e parar de bater pernas por aí!

-- Qual era a nacionalidade de Adão e Eva?
-- Obviamente eram russos. Somente russos podem correr por aí descalços e desnudos, sem teto sobre suas cabeças, comer uma única maçã para dois e ainda gritar que estão no paraíso!

-- Como ficamos sabendo das novidades no mundo?
-- Pelos desmentidos da Agência TASS.

Stalin está discursando para uma enorme platéia. De repente, na sala alguém espirra.
-- Quem espirrou? (Silêncio na platéia).
-- Primeira fileira, levantem. Fuzilar! (Aplausos entusiasmados na platéia).
-- Quem espirrou? (Silêncio).
-- Segunda fileira, levantem! Fuzilar! (Grandes ovações).
-- Quem espirrou? (Silêncio)
-- Terceira fileira, levantem! Fuzilar! (O salão inteiro explode em ovações e exclamações "Viva o grande Stalin!").
-- Quem espirrou?
-- Eu..., fui eu! Eu espirrei! (uma voz aos prantos)
-- Saúde, camarada!

Nas comemorações de 1° de Maio uma coluna de velhinhos desfila levando um grande cartaz: "Obrigado ao camarada Stalin pela nossa feliz infância!". Alguém à paisana se aproxima deles e grita:
-- Que brincadeira é essa? Quando vocês eram crianças Stalin nem tinha nascido!
-- Mas é por isso que estamos agradecendo!

Camaradas membros do Partido, os que votaram no Iury Vladimirovitch Andropov podem abaixar os braços e afastar-se da parede!

-- Qual o melhor inferno -- capitalista ou socialista?
-- É claro que é o socialista. Um dia faltam fósforos, outro dia falta combustível, no outro -- o caldeirão é levado para reforma ou os diabos estão em reunião do partido.

-- Por que na URSS não há desemprego?
-- É porque todos estão ocupados: uns constroem, enquanto outros -- destroem.

-- Por que os comunistas não aceitam a Bíblia?
-- É que conforme a Bíblia, no início havia o caos que depois foi colocado em ordem pelo plano Divino. Já a experiência comunista ensina que antes existia o plano e depois veio o caos.

-- O que é uma constante na URSS?
-- São as dificuldades temporárias.

Repetino piadas de Tchúkcha e judeus russos

Anos 50. No jardim de infância, a professora diz para as crianças:
-- Na União Soviética as pessoas se alimentam muito bem e vestem roupas muito bonitas. Na União Soviética as pessoas vivem em maravilhosas residências. Todas as crianças da União Soviética tem muitos e lindos brinquedos...
O Vóvotchka desanda a chorar:
-- Eu quero... eu quero... eu quero ir para a União Soviética!...

Tchúkcha discursa num congresso: -- "Camaradas! Antes da Grande Revolução Socialista de Outubro, nós tchukchas, sentíamos duas coisas: fome e frio. Hoje em dia, sentimos três coisas: fome, frio e uma profunda satisfação!"
-- A minha única divergência com os "bolchevistas" é na questão agrária, -- diz o Rabinovitch. - Eles querem que eu seja enterrado e eu quero que eles sejam enterrados.
Rabinovitch vê pela primeira vez um camelo: -- Meu Deus, veja em que estado eles deixaram o cavalo!
Rabinovitch foi expulso do Partido por 3 motivos:
a) O secretário do Partido entrou no escritório do Rabinovitch, viu na parede os retratos de Khruschev e Brezhnev e perguntou:
-- Por que você ainda não se livrou do retrato deste imbecil?
E o Rabinovitch respondeu: -- De qual deles?
b) Ao ver o luxuosíssimo funeral de um membro do Partido, Rabinovitch comentou:
-- Mas que desperdício! Com este dinheiro eu faria o funeral de todo o Partido!
c) O secretário perguntou ao Rabinovitch por que ele não compareceu à última reunião do Partido. E ele respondeu:
-- Se soubesse que era a última eu iria!

Rabinovitch comenta: -- Haviam os faraós e os judeus. Os faraós foram extintos, os judeus ficaram. Houve a Inquisição e os judeus. A Inquisição acabou, os judeus ficaram. Haviam os nazistas e os judeus. Os nazistas desapareceram, os judeus ficaram. Agora temos os comunistas e os judeus.
-- O que você está querendo insinuar?
-- Nada, não. Os judeus chegaram às finais...
-- Rabinovitch, o Sr. lê jornais?
-- Claro que leio. Senão, como iria saber que temos uma vida feliz?

Rabinovitch, recém-chegado a Israel continua a ler jornais soviéticos.
-- Não consigo ler os jornais israelitas, -- explica ele. -- Eles escrevem que em Israel temos inflação, corrupção, desmoralização e que o país está à beira de uma bancarrota. Já os jornais soviéticos são outra coisa! Lá você lê que Israel é uma grande potência que já dominou a metade do planeta e se prepara para dominar a outra metade!

Dois poloneses estão presos numa cela.
-- E a culpa é dos judeus!
-- Mas, por que? Na Polônia praticamente não há judeus!
-- É por isso! Se tivesse, eram eles que estariam presos e não nós!

- Os judeus são espertos! Para si próprios inventaram o sionismo. Para os outros -- o marxismo.
No Departamento de Emigração Rabinovitch explica os motivos que o obrigam a mudar para Israel:
-- O primeiro motivo é o meu vizinho. Ele me ameaça dizendo: "Me aguarde, judeuzinho! Assim que o governo soviético acabar, eu te mato!"
-- Então, o Sr. não tem nada a temer. O governo soviético nunca vai acabar!
-- Pois é. Este é o segundo motivo!

-- Rabinovitch, por que o Sr. quer mudar para Israel?
-- Estou cansado das festas.
-- Que festas?
-- Compro salame - é uma festa! Consigo comprar papel higiênico - outra festa!...

Rabinovitch há muito tempo deixou de manter correspondência com seus parentes no exterior. Um dia, a KGB exigiu que ele lhes escrevesse uma carta "animadora" convidando-os a morar na URSS:
-- "Meus queridos, venham prá cá. -- escreve Rabinovitch. -- Aqui estamos construindo o socialismo. E, se vierem, logo vão encontrar o vovô Borakh, a vovó Lea e a bisavó Sara. Aqui é o paraíso."

Rabinovitch trabalha na linha de produção de uma fábrica de carrinhos de bebê. A esposa grávida convence-o a roubar aos poucos peças do carrinho para depois montá-lo em casa. Alguns meses depois, Rabinovitch está pronto para montá-lo. Após horas de trabalho, chama a esposa e diz:
-- Não consigo entender. Qualquer jeito que eu monte -- acaba saindo uma metralhadora!

II Guerra Mundial. Rabinovitch no "front" envia um telegrama para a Sara na aldeia. "Sara, chegou a primavera. Plante batatas no quintal". Sara responde: "Rabinovitch, não temos como arar o quintal". Rabinovitch envia novo telegrama: "Sara, não mexa no quintal. Tenho uma metralhadora enterrada lá.". Mais tarde, recebe telegrama da Sara: "Rabinovitch, chegaram pessoas da KGB. Reviraram o quintal, não acharam nada e foram embora". Rabinovitch responde: "Sara, agora plante as batatas."

Brasil, pare de vender castanha de caju!!!!!!!!!!

Acabo de ler um notícia que me deixou estarrecido. O principal produto de exportação de Guiné-Bissau é castanha de caju. É isso mesmo, CASTANHA DE CAJU. A taxa de crescimento da economia de Guiné Bissau é definida pelas exportações de castanha de caju. É claro que Guiné-Bissau será pobre sempre enquanto for assim. E mais chocante ainda não dominam a tecnologia, em geral vendem castanha bruta, inclusive para o maior produtor que é a Índia. A Guiné-Bissau é o quinto produtor, sendo a Índia o primeiro, seguido pelo Brasil, Vietnã e Costa do Marfim. Se o Brasil quiser ajudar o brasil deveria parar com esta história de ser exportador de produtos primários, deixe a castanha de caju para a Guiné-Bissau, e nós, brasileiros, deveríamos consumir mais castanhas de caju, mas apenas aquelas vindas da Guiné-Bissau. É trágico o mundo onde a pobreza se alimenta da própria pobreza, e torna a miséria não apenas um dramático fato material, mas cria uma miséria que se manifesta de forma plena no conjunto da existência, e torna mísero tanto o pensante quanto o pensado.

Bush, Lula, o etanol e os neoliberais

Os loucos às vezes estão certos, só não sabemos quando. Álvaro Vargas Llosa tem uma vantagem em relação aos loucos, podemos verificar que às vezes ele acerta. Vargas Llosa e deois amigos escreveram um livro no início dos anos 90 chamado "Manual do Perfeito Idiota Latino-americano". O livro era uma crítica à esquerda, elegia os 10 maiores livros apreciados pelo idiota. Obviamente era uma defesa do neoliberalismo, comprei e li o livro para horror de amigos esquedistas, me diverti, mas era um livro sem idéias. Agora lançaram outro livro para atacar o renascimento da esquerda, novamente será vazio de idéias. Mas no artigo no link abaixo, há idéias tolas, mas uma é boa. O que o Bush deseja é que o Brasil forneça tecnologia para os países da América Central para que eles produzam etanol para os EUA para afastar estes países da influência chavista. Até os neoliberais entendem, a esquerda latino-americana entende, apenas o PT e o governo do PT são ingênuos ou aceitaram o papel de instrumento, ou aceitaram fazer o jogo sujo dos EUA como o Brasil sempre fez?

O mundo e o resto do mundo

Uma coisa curiosa, como o que é importante para as relações internacionais muda de região para região. O Times of India na internet tem a seção mundo, e ele é dividida em Paquistão, China, Golfo, EUA, Europa e Resto do Mundo, nessa ordem. Óbvio há similaridades com o Brasil apesar daqui os cadernos internacionais serem pobres mesmo na internet. Aqui o Paquistão só é notícia quando ocorre alguma coisa relacionada a guerra do Afeganistão, como esta já não é notícia, esquecemos do Paquistão. A China é notícia quando se lança os seus números econômicos ou quando algum chinês ou brasileiro faz uma viagem oficial. Agora, bom é o resto do mundo. Para o Brasil que se considera muito importante ser o resto do mundo é fim. As maiores incompreensões sobre as relações internacionais surgem no resto do mundo. Sempre que o tamanho do resto do mundo cresce, a incompreensão sobre o mundo aumenta.

Não aceleremos o fracasso!

Evo Morales já está propondo uma moeda única para a nova União de Nações Sul-americanas e que o Banco do Sul funcione como Banco Central. Defende que é preciso acelerar a integração e ao esperar 50 anos como a UE. Este é o meio mais fácil para que consiga fazer com que a integração na América do Sul fracasse mais uma vez. Os processos de integração não podem ser vistos como panacéia. E se o Brasil e Bolívia não conseguem ter uma política conjunta e coordenada para o gás, não é crível que consigam ter uma política monetária única, uma moeda única, ainda mais precisando coordenar com outros países. Além do que, esta moeda única aumentaria as vantagens da economia brasileira sobre seus vizinhos fazendo com que as reclamações no âmbito do comércio exterior aumentassem. De todo modo, é preciso considerar que é circunstancial a presença de lideranças como Kirchner, Morales e Chávez chefiando governo estáveis. Um projeto de integração não pode ser construído fundado no carisma de lideranças que podem não ter continuidade, mesmo os seus discípulos podem não ter o mesmo ânimo integracionista e aí condenar o processo de integração. Por fim, é de se desconfiar do espírito integracionista de Morales e Chávez que freqüentemente assumem posturas unilaterais.

Lembranças pelo aniversário de Brasília

Escolhi cursar relações internacionais analisando o Guia do Estudante da editora Abril descobri que era o curso que tinha um pouco de tudo o que eu gostava. Então logo comecei a me informar sobre ele. A primeira vez que eu fui para Brasília foi para fazer a minha inscrição no vestibular, quis ir pessoalmente para já conhecer, minha mãe e minha tia, irmã do meu pai, resolveram ir junto, obviamente o programa seria me inscrever no vestibular e visitar outros parentes em Brasília, e viajar no mesmo dia para Jataí-GO. Quando cheguei à Brasília pela primeira vez era um vento frio na Rodoferroviária, mas que vento, senão me engano era mês de maio. A Rodoferroviária ainda era limpa, não estava cheia de ambulantes. Um primo do meu pai serviu de motorista pelo dia inteiro. O que mais chamou a atenção em Brasília foi o que chama a atenção de todo mundo, as avenidas largas, os prédios padronizados, adorei a esplanada dos Ministérios, o melhor é que ainda não estava muito seco. A inscrição para o vestibular era no ICC-norte (parte norte do minhocão). Gostei da UnB, os espaços amplos, típicos de Brasília. Um defeito era o fato dos prédios serem muito funcionais. A segunda visita à Brasília foi para prestar o vestibular, fiquei hospedado na casa do primo do meu pai em Ceilândia, então conheci Taguatinga e Ceilândia e tinha que levantar muito cedo por causa do trânsito das cidades-satélites para o Plano Piloto. No segundo vestibular, fui com um grupo de vestibulandos de Goiânia onde fiz cursinho e ficamos hospedados no Manhattan no Setor Hoteleiro Norte. Aí eu conheci a rodoviária de Brasília, o Conjunto Nacional de Brasília e o Conic (são interligados) que juntamente com o Setor Comercial Sul são os únicos lugares no Plano Piloto onde há realmente circulação de pessoas pelas ruas. Consegui a façanha de me sair pior no segundo vestibular para o qual eu havia me preparado do que no primeiro que não tive preparação alguma porque o meu segundo grau terminou em abril por causa das greves. Mas eu me mudei para Brasília mesmo assim, porque só queria prestar vestibular para relações internacionais (como eu era ingênuo, nunca prestei nenhum outro vestibular) e na UnB. Fui morar na 704N e fazia cursinho na 702/703N. Passei no vestibular e aí eu pude mesmo conhecer Brasília. Em geral, as pessoas não gostam de Brasília. Gosto muito de Brasília. Gosto da organização da cidade, hoje já não está bem assim depois de tantos governos Roriz, o Distrito Federal como um todo ficou mais confuso. Mas é no mínimo interessante uma cidade que tenha um setor chamado Setor de Motéis, e os motéis estejam lá, um Setor de Postos ou o SIA (Setor de Indústria e Abstecimento) ou que tenha um setor chamado Setor de Mansões, outro Setor Hospitalar. E como é bom, as ruas não terem nomes, basta a pessoa entender a lógica do sistema de endereços que os mapas são totalmente dispensáveis. Só precisa entender um monte de siglas SQN, SQS, SCRN, SCRS, SHS, SHN, SCN, SCS. Mas é fácil. As ruas não têm nome tem uma letra e um nome, mas só duas são realmente chamadas pelo seu “nome” W3 sul e norte, L2 sul e norte, apelidos o eixão e o eixinho. E tem o Eixo Monumental, onde num extremo está a Rodoferroviária e no outro a Praça dos Três Poderes. Eu pegava o ônibus para ir para a UnB na W3norte, pegava a Linha W3/L2 norte ou o Grande Circular, que circulava na Asa Sul e na Asa Norte. A UnB fica na Asa Norte, descia no ponto da 407N em geral, em frente da Loja Rosacruz Amorc de Brasília e da Fundação Educacional do Distrito Federal, atrás está a UnB, aí cada um procurava o seu rumo à FT, FA, minhocão (ICC-Norte e ICC-Sul), FS, CO, ou seja, Faculdade de tecnologia, prédio da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Instituto Central de Ciências (se não falar minhocão quase ninguém sabe dizer onde fica e como é chato achar sala no ICC), Faculdade de Saúde, Centro Olímpico. Para cada uma destas unidades outro monte de siglas. REL, ADM, CIC, ECO, DIR, etc., Departamento de Relações Internacionais e Ciência Política, Departamento de Administração, Departamento de Ciências Contábeis, Departamento de Economia, Departamento de Direito (hoje Faculdade da Direito). A FA era uma zona, um pedaço ficava no prédio da FA, outra parte no minhocão. A alocação de espaço na UnB só não é mais confusa que a organização de Institutos e faculdades, agora está melhorando. A FA fica numa altitude acima em relação ao minhocão e por lá estarem os cursos de Direito e Relações Internacionais era sempre mal falada como Olimpo e pessoal que estudava lá considerado meio metido. A UnB tem biblioteca central, a BCE, outra sigla, a Biblioteca Central dos Estudantes. E em tempos de Hugo Chávez, há um busto de Simón Bolívar logo chegando à Biblioteca. Como disse um professor de lá tudo o que se faz com a Venezuela leva o nome de Bolívar, exceto a cátedra Andrés Bello, que levou o nome de quem? No minhocão fica o ceubinho, o nome vem de uma faculdade de Brasília, onde o primo do meu pai do começo da história trabalha, o CEUB. O ceubinho é local onde não há nenhum pensamento, onde os alunos ficam só enrolando, batendo papo, daí a maldade. No ceubinho fica a livraria do Chiquinho, o último lugar onde vc deve ir se estiver com pressa para conseguir um livro. Ele vai te dizer que consegue o livro para amanhã, mas ele nunca consegue. Como todos sabem neste aspecto, nós não combinamos, passei raiva até descobrir e deixar claro que se ele enrolasse comigo não compraria mais lá, pelo menos comigo quando não dava ele passou a falar a verdade. É uma figura, matou minha amiga de raiva ao me contar o livro que ela havia comprado pra mim, e para piorar eu tinha o livro. A livraria dele é uma bagunça, nem ele consegue encontrar o livro que o cliente procura, várias vezes encontrei o livro que ele procurava para outros clientes por ter boa memória visual, porque não tinha nenhuma lógica, começava logicamente e logo a lógica sumia.
Agora, vou dizer uma heresia, o local que eu mais gosto de Brasília é o Congresso Nacional. Com absoluta certeza o local que eu mais visitei, claro entre pontos turísticos, a UnB não é ponto turístico. Como já faz alguns anos que não vou a Brasília, faz anos que não vou ao Congresso, a vigilância deve ter aumentado apesar do fato que a entrada na casa do povo deve ser livre. Sempre que eu ia ao Congresso, especialmente se entrava pela Câmara dos Deputados, eu dizia que iria na biblioteca, pois aí não havia nenhuma pergunta, apenas pegavam o seu documento e davam o crachá de visitante. Andei por todos os buracos, por todos os corredores do Congresso, onde não tem nada para os visitantes verem, apenas para saber onde ficava cada sala, cada liderança, muitas vezes não havia ninguém no corredor. Claro que também circulava nos corredores movimentados onde se encontra os repórteres de televisão e os deputados. Na maioria das vezes que visitei a Câmara peguei as enormes esteiras rolantes que levam ao Anexo IV onde está a maioria dos gabinetes dos deputados. Circulando pelos corredores além de ver se há gente trabalhando pode-se ver quais as idéias do deputado (quando as tem) pelos cartazes colados nas portas, parece CA. O anexo IV fica ao lado do bolo de noiva (Q.G. do Collor antes da posse) e anexo do Itamaraty. No Congresso, vc só sabe que passou da Câmara para o Senado porque o tapete passa de verde para preto, significa que vc passou do salão Verde para o salão Negro. Logo quando eu mudei para Brasília era possível passar livremente da Câmara para o Senado. Aí enquanto eu ainda estava na graduação os seguranças começaram a ser chatos, quando vc queria passar do Salão Verde para o Salão Negro sem ter um crachá de identificação do Senado também. Mas era fácil resolver o problema era só descer a escada do Salão Verde para o piso inferior se localiza os bancos salão de beleza, e subir a escada para o Salão Negro depois do ponto onde os seguranças ficavam e pronto. Os seguranças que circulavam pelo Senado nunca olhariam o seu crachá. Aí eu podia circular por todas as Alas, assistir às audiências livres e ir à Biblioteca do Senado, Biblioteca Luiz Viana Filho (desconheço o nome da Biblioteca da Câmara apesar de ter ido mais lá). O único lugar que sempre foi difícil para ir é o Plenário, pois só é possível quando os deputados não estão lá. Hoje já mais segurança, da última vez que fui, o segurança do Senado queria que eu saísse fosse a uma entrada do Senado pegar um crachá do Senado, tentei passar pelo subsolo e também não funcionou, desisti de visitar o Senado. Construir Brasília foi um acerto de JK, não levar a idéia ao seu limite um dos problemas, TODA a administração pública federal deveria ter sido transferida para Brasília.
É verdade, em Brasília, as pessoas desejam prestar um concurso público. Mas em outras partes do país também querem. Não é uma questão de comodismo, reflete o fato de que o trabalho no emprego público é melhor. Do mesmo modo que numa cidade como São Paulo, os meus alunos vivem para trainee. O que desejam é o mesmo, a obsessão muda porque a oportunidade para concurso em São Paulo é menor e a possibilidade de fazer trainee e carreira em empresa privada é praticamente zero. O resto é preconceito. A maior parte da população não está empregada no setor público, mas está ligada a ele, pois o setor privado é de pequenos negócios basicamente não há alternativa. Há uma enorme quantidade de pessoas que fazem concurso pelo conformismo, conheço muitos. Mas também já conheci, reconheço que muito menos, quem faça por idealismo, queira trabalhar para o Estado e a sociedade, o problema é que o Estado não favorece em nada a vida destes.

“Escuta, Zé Ninguém!“

Tenho vários livros preferidos, entre eles talvez apenas um seja de relações internacionais. Entre os livros preferidos está “Escuta, Zé Ninguém!“ de Wilhelm Reich. Tenho dois exemplares, um comprado em sebo e outro novo. Uma vez na livraria Siciliano do Conjunto Nacional em Brasília encontrei vários exemplares com o preço errado, o preço normal era uns quinze reais e estava por menos de dois reais. Perguntei para o vendedor se era aquele preço mesmo e ele disse que sim, mas que se eu devolvesse para a estante, ele corrigiria os preços, obviamente peguei todos os livros e comprei todos e distribui para os meus colegas. Provavelmente eles não aproveitaram, mas é um livro muito interessante. É discurso de Reich para os que o perseguiam. Revela o problema tanto do gênio quanto daqueles que se sentem ameaçados pelo gênio do outro. Conheci Wilhelm Reich pelas aulas de Introdução à Ciência Política do prof. Antônio José Escobar Brussi. Estávamos conversando sobre o Hitler e o nazismo e ele me recomendou que lesse o livro “Psicologia de Massas do Fascismo” (outro livro que gosto muito) de Reich que tratava do porque as massas se submetiam ao Führer. Lendo esse livro me introduzi não apenas na questão do fascismo como conheci a esquerda da psicanálise e voltei a ler textos da área. Outro livro muito que busca analisar o autoritarismo a partir da psicanálise é “O medo à liberdade” de Erich Fromm. A obra mais conhecida de Reich é “A função do orgasmo” que descobriu, lançou, inventou dependendo de cada o ponto G. Sendo um pesquisador ousado, a obra de Reich é bastante controversa, tendo sido inclusive perseguido e preso pelo FBI pelas suas pesquisas. E a frase que segue é uma das muitas boas frases de “Escuta, Zé Ninguém!”:


“todo o grande homem foi outrora um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprendeu a sentir cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes generais mas não de si próprio. Que admira as idéias que não teve mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar”.

Informação não serve para nada, a mediocridade grassa

Em uma atividade da faculdade tenho que discutir com os alunos alguns textos sobre competência que relativizam a importância do conhecimento. Não sei se os textos estão corretos. Mas tenho absoluta certeza que informação não serve para nada. Vivem fazendo campanha para uso da camisinha para prevenção da gravidez e das DST e serve para alguma coisa? Quantas pessoas tendo a informação não continuam padecendo do problema. E não é possível alegar nem pobreza nem baixo nível educacional, há universitários e universitárias na mesma situação. Informar não gera conseqüências, ação responsável. Por exemplo, sempre que o sujeito leva uma multa de trânsito, o que ele diz que deveria acabar com a indústria da multa, que deveria educar, mas ele não sabe que é proibido? Avisar isso de novo pra ele fará diferente? Em Brasília, houve um tempo em que se orgulhava que os carros paravam nas faixas de segurança, mas como começou? O governo Cristovam Buarque colocou um guarda nas faixas de pedestres e sempre mandava os carros pararem durante um bom tempo certo, estava educando, os carros paravam. Depois de um tempo, o guarda continuava lá, mas não fazia nada, os carros paravam automaticamente. Depois os guardas estavam lá e estavam multando, os carros obviamente paravam, havia uma gentileza generalizada entre pedestres e motoristas. Ótimo, Brasília parecia ma cidade civilizada e isto era mais necessário nas amplas pistas da cidade. Aí os guardas foram ficando menos presentes, mas ainda existiam e parar na faixa e multar era considerado um valor importante. Muda o governo, não tem mais guarda, não tem mais multa. Não tem mais faixa. Nas cidades satélites onde a situação nunca foi tão boa quanto no Plano Piloto ninguém obedece, no Plano Piloto muito eventualmente. E mesmo nos melhores momentos quem praticava no Plano Piloto não praticava nas cidades satélites, era o mesmo sujeito educado, mas que não temia a multa. Ou seja, a humanidade é surda, pode-se dizer a mesma coisa por várias vezes, explicar e reexplicar que em geral as pessoas irão se comportar como se soubessem tudo, com enfado, com tédio e repetiram sempre os mesmos erros. É impressionante como se repete os mesmos erros, a idéia de que se aprende com os erros e com a experiência é uma falácia. O comportamento normal das pessoas é de autômato, faz sempre a mesma coisa. No Brasil, isso se acentua porque todo mundo se acha muito esperto, acha que pode resolver tudo de última hora de qualquer jeito que vai dar certo. E claro, quando ao dá certo, ninguém assume a culpa, a culpa é sempre do outro que não explicou como deveria ser feito, que não disse o que era para fazer. E assim a mediocridade se sustenta e se mantém. Infelizmente, no Brasil o conceito de medíocre foi deturpado, medíocre é o médio, é o que está na média. O José Ingenieros escreveu “O homem medíocre”, um bom livro, é uma crítica ao homem médio. Outra crítica é “Escuta, Zé ninguém” de Wilhelm Reich. O problema do homem médio é não perceber as próprias limitações e satisfazer-se com os seus resultados sempre independentes dos quais sejam. Com isso, ele não prejudica apenas a si mesmo, mas a coletividade. O fato dos outros terem as mesmas limitações não significa que as limitações sejam naturais e que se deva conformar com elas. O homem médio é uma forma de pensamento, de comportamento, uma forma de ver forma. No Brasil sempre houve homens medíocres demais, e hoje essa é uma praga que aflige o mundo. O homem que governo a principal potência do mundo não passa de um homem medíocre.

Uma bela reflexão de Maza Zavala, economista venezoelano

“Utopia é a aventura do pensamento em todas as épocas; utopia é a audácia da imaginação que conduz algumas vezes a descobrir a estrutura atômica da matéria e a energia, e outras, a subverter a ordem social para que o homem desfrute de uma trégua em sua carga de penúria e possa romper com seu grito a muralha de silêncio que a velha ordem levantou para oprimi-lo; utopia é o projeto de futuro que vai se formando nas entranhas da insatisfação acumulada, que emerge nas crises, que sobrevive nas agonias de cada conjuntura histórica e termina por impor-se ao que se acreditava duradouro e intocável. A ciência nasce da utopia e morre com a resignação, nasce da luta e morre com a inanição, nasce com a crítica e morre com o dogma. (…) Reproduzir simplesmente a realidade; além de tarefa impossível, é cientificamente estéril. Em lugar de reproduzir há que interpretar e transformar, há que recriar, há que fazer o mundo cada dia, e disto se trata na Universidade.
“É por isso que a norma de conduta universitária que consiste em estudar e lutar deve interpretar-se como expressão de uma atitude única, sem possibilidade de ruptura. O estudo é luta e a luta é estudo. Se luta pela verdade, para a verdade, com a verdade, e o estudo é o caminho à verdade. Estudar e lutar são expressões da tarefa universitária nos planos superiores da formação da consciência e da ciência. A luta é atividade criadora, não gritaria inútil, nem desplante estéril.”

O mundo intelectual brasileiro é fechado, e quem sabe invejoso!

Mangabeira Unger foi nomeado para a Secretaria Especial de Longo Prazo. Um nome esquisito para uma questão importante. Vamos ver se funciona. Mangabeira Unger é descendente de uma família de políticos baianos e foi só ser convidado para assumir um cargo no governo para as denúncias florescerem, especialmente sobre as suas relações com o banqueiro Daniel Dantas. Relações com Daniel Dantas é um péssimo cartão de apresentação, então é uma situação suspeita.
Mas o que eu quero falar é sobre o intelectual Mangabeira Unger. Ele é professor de Harvard, o que em si não é um mérito ou não quer dizer grande coisa, professor da área de direito. No entanto, não é apenas professor de Harvard é reconhecido como um dos mais importantes intelectuais do mundo na área política. Perry Anderson, um dos maiores intelectuais marxistas do mundo, escreveu um livro chamado Zona de Compromisso, onde um dos capítulos tratava da obra de Mangabeira Unger e outros autores. O livro foi traduzido no Brasil pela editora da Unesp, e o que aconteceu com o capítulo do Mangabeira Unger? Desapareceu, o capítulo sobre Mangabeira Unger foi cortado. Por que foi cortado? Como foi cedo para os EUA, fala português com sotaque, não fez carreira acadêmica no Brasil, não manteve relações com o meio acadêmico brasileiro, não está nas correntes teóricas apreciadas pelos intelectuais brasileiros, ele é completamente ignorado pelos intelectuais. A imprensa, por sua vez, como adora tudo que em de fora idolatra Mangabeira Unger.
Politicamente Unger colaborou para o seu ostracismo. Primeiro, era brizolista radical, o que pode ser uma virtude, mas é causa de discriminação no Brasil. Depois Ciro Gomes foi estudar com ele em Harvard, escreveram um livro junto, fracassaram na eleição de 2002. Outro problema para Mangabeira. O terceiro passo em falso foi ter criticado ferozmente o Lula durante o primeiro mandato devido a corrupção, os intelectuais áulicos odiaram, claro. O quarto passo de Mangabeira foi se filiar ao partido da Igreja Universal e do vice-presidente José Alencar, o PRB. Pobre Mangabeira, mas ainda assim ganhou um ministério.
Ao fim, o que interessa é que no Brasil ele jamais será conhecido como intelectual. Nunca precisará dizer como FHC, o político, esqueçam o que escrevi, como sociólogo. Ninguém se lembrará da obra dele mesmo.

A América Latina se movimenta, talvez como nunca antes

Há décadas se afirma que os países periféricos deveriam criar o seu próprio banco tanto para resolver problemas de Balanço de Pagamentos e financiamento de longo prazo. Além disso, deveria ser construído utilizando uma moeda neutra ou dos países membros.
A iniciativa do Hugo Chávez de criar o Banco do Sul é auspiciosa, especialmente quando nasce com o apoio do governo argentino, e do fundo inicial de 7 bilhões de dólares a Venezuela se compromete a fornecer 1 bilhão e 400 milhões de dólares. O governo brasileiro se dispôs a participar, mas de forma reticente. Para o jornal La Jornada do México esta discussão está ofuscando um pouco a reunião do FMI e do Banco Mundial, pois as autoridades do FMI estão sendo frequentemente questionada sobre o novo projeto. O jornal ressalta também reportagem da The Economist que afirma que a idéia está saindo do papel, deixando de ser retórica.
Não é possível dizer se dará certo, todos sabem, na América Latina sempre que pode dar certo, dá errado. No entanto, certamente a América Latina vive um momento excepcional só comparável ao período dos anos 50 e 60 em termos de movimento e idéias. Dois países destoam pelo imobilismo, o Brasil e o México. O Brasil tem uma vantagem em relação ao México que é a política externa Sul-Sul, apesar de não concordar com os objetivos propostos. O México destoa completamente pela aliança com os EUA, por se afastar da Venezuela e mesmo do Brasil. Não atua junto com os países do Sul nas organizações internacionais nem no discurso.

O México se movimenta na América Central, todos contra Chávez

Na América Latina acontece muito mais do que imaginamos normalmente. Vejam, está em curso o Plan Puebla-Panamá, iniciativa do ex-presidente Vicente Fox que visa ser um contraponto ao projeto Mercosul e especialmente uma estratégia defensiva para impedir a entrada do Hugo Chávez na América Central. São membros: México, Guatemala, Belize, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Costa Rica e Panamá. A Colômbia está se incorporando, e Equador e República Dominicana pretendem fazê-lo. O caráter anti-chavista fica nítida na presença da Colômbia que é o principal aliado norte-americano na região e portanto principal adversária da Venezuela chavista. Esta integração se daria basicamente através de investimentos mexicanos nos países da região. Sendo a iniciativa mexicana é bastante provável que os EUA estejam por trás dela. Por isso a eleição do Daniel Ortega na Nicarágua foi um passo fora do compasso, pois abriu espaço para penetração venezuelana. O México que irá implantar uma refinaria na região viu seus planos frustrados ou complicados pela ação de Chávez que prometeu investimentos da PDVSA, instalando uma refinaria de petróleo, entre outras ações. Ou o Bush acaba com o poder do petróleo, ou o Hugo Chávez domina a América Latina. De fato, a pergunta não é porque o Hugo Chávez faz, mas porque os governantes anteriores não fizeram, usar o poder para aumentar o poder é intrínseco ao exercício do poder.

Piada sem português, mas com corinthianos

Uma professorinha de primeiro grau em São Paulo explica fervorosamente para a classe que ela é uma corinthiana fanática.Ela pede às crianças que levantem as mãos, caso também torçam pelo Corinthians. Todos na classe, constrangidos pela tia, levantam a mão.Exceto a menor garotinha no fundo da sala.A professora olha com surpresa para a menina e diz:- Mariana, por que você não levantou a mão?- Porque eu não torço para o Corinthians, respondeu ela.A professora, chocada, perguntou:- Bem, se você não torce para o Corinthians, torce para quem?- Sou Palmeirense, e tenho muito orgulho disto -respondeu a menina.A professora não acreditava no que ouvia.- Mariana que mal você fez para torcer para o Palmeiras, minha filha?- Minha mãe é Palmeirense, meu pai é Palmeirense e meu irmão é Palmeirense e por isso sou Palmeirense também, disse a garotinha.- Bem, disse sem a menor paciência a professora, isto não é motivo para ser Palmeirense. Você não tem que ser sempre o que os seus pais são? Você já imaginou se a sua mãe fosse uma prostituta, o seu pai um alcoólatra, o seu irmão um traficante, e o restante de seus parentes estivessem presos, o que você seria então?- Aí, sim, eu seria CORINTHIANA, professora!!!

Piada de português

O português arrumou um emprego como manobrista num restaurante. Logo chega o primeiro cliente para retirar o carro.- O Celta preto.- Tá sim. Acho que vai choveire !...

Não há mulçumanos pensando a bomba atômica e a política externa do Irã

Não há mulçumanos pensando a bomba atômica e a política externa do Irã
O jornal “O Estado de S. Paulo” deste domingo publicou uma reportagem intitulada “O jeito iraniano de provocar. Seqüestros, corrupção, poder e desprezo pela diplomacia definem o regime dos aiatolás”. Obviamente, isto faz parte de uma campanha contra o Irã. Primeiro, a prisão dos marinheiros britânicos não é seqüestro. Corrupção não é criação do Irã, nem anseio de poder. Vejamos o desprezo pela diplomacia, quantas guerras os EUA iniciaram desde a revolução islâmica e quantas guerras foram iniciadas pelo Irã? A única guerra do Irã foi uma resposta aos ataques do Iraque de Sadam Hussein apoiado pelos EUA do Reagan. Então o Irã em princípio só faz diplomacia. Na questão nuclear, o Irã está negociando? Claro que está, quem não está negociando é os EUA, que colocaram uma proposta na mesa e não aceitam negociar, querem submissão, o inverso de diplomacia.
Vou ligar a esta questão um questionamento posto pelo Jessiel no tópico o Irã não ameaça ninguém. Ele pergunta se o Irã com armas atômicas não atacaria Israel. E eu respondo, não atacaria. A população dos países islâmicos é na sua maior parte crítica da política dos Estados árabes em relação aos palestinos. Os Estados fazem um discurso contra Israel e pró-palestinos, mas não fazem nada. O Irã, dizem que financia os movimentos terroristas. E com a bomba atômica, o Irã continuaria fazendo apenas isso. Porque não há mulçumanos segurando a bomba atômica e não mulçumanos definindo a política externa do Irã. As decisões serão tomadas baseadas no interesse do Estado iraniano e nas disputas religiosas na região. Um Irã atômico não ataca Israel, mas impede que Israel se expanda ou possa realizar um tipo de ação similar à Guerra dos Seis Dias. Bombas atômicas não são para serem usadas pelo Estado ainda mais quando ele é pequeno e desapareceria do mapa diante da retaliação. O objetivo básico do Estado é garantir a sua sobrevivência, a sua longevidade, as bombas se não forem utilizadas servem para isso em relação a um pequeno Estado, se ele utilizar as bombas atômicas está assinando a sua condenação, o atestado de óbito enquanto Estado, e o de toda a população.
Por outro lado, pode-se argumentar que o fato do Irã ter a bomba atômica facilitaria o acesso a ela para os terroristas. É verdade que se o Osama Bin Laden tiver a bomba atômica ele a usará contra Israel, contra os EUA, mas usará também contra a Arábia Saudita, contra o Irã. O Irã não dará armas atômicas para terroristas que depois utilizarão as armas contra o próprio Irã. Além disso, os Estados devem ter aprendido a lição do Afeganistão. Os Estados só sabem fazer guerra contra outro Estado, por isso na perseguição ao Bin Laden os EUA fizeram uma guerra contra o Afeganistão e os talibans. O governo taliban pagou a fatura por abrigar Osama Bin Laden no país mesmo não tendo participação nos atentados terroristas. Porque guerras só se realizam entre Estados e os Estados são racionais. Quando os loucos assumem o poder ou eles se curam ou eles caem.

A subserviência está no sangue? FHC cumpre ordens e cria o Ministério da Defesa

A criação de um ministério civil é uma idéia antiga, e é algo importante num governo democrático. No entanto, os militares brasileiros sempre foram contrários. Aí em 1999, o FHC conseguiu criar o Ministério da Defesa, o que certamente era uma boa política. Decepcionante é saber agora que isso foi feito por pressão do presidente dos EUA, Bill Clinton, e pior isto foi dito para os militares brasileiros para eles aceitarem logo. Que pena!!! Que o FHC era frouxo sempre foi público. Agora os militares aceitarem por ter sido um pedido dos EUA é um acinte. O que se esperava do militares era que protestassem, se rebelassem, dessem golpe, o que for, mas demonstrasse a abominação que é uma reforma do setor militar brasileiro para agradar os EUA.

Comentários diversos sobre Barra do Garças

Como todos estão cansados de saber sou de Barra do Garças MT, que fica na divisão entre Goiás e Mato Grosso, onde os rios Garças e Araguaia se encontram. Parêntesis, as duas pontes estão quebradas, a que liga Aragarças ao Pontal do Araguaia e a que liga Pontal do Araguaia à Barra do Garças. Está um caos, é preciso pegar uma balsa para atravessar o Rio Araguaia e ir para Barra do Garças, e depois quem quiser ir para o Pontal pega a ponte de volta, mas passando um carro por vez. Há duas balsas que pode levar 40 carros, mas a espera pode chegar ser de mais de três horas, um horror. Ficar parado no trânsito de São Paulo, Rio de Janeiro ainda vá lá, mas em Barra do Garças é fim da picada. Obviamente fugi do assunto. Voltando, todo Estado ou cidades tem as suas expressões locais e é este o assunto.
Por exemplo, tenho uma amiga, da qual gosto mundo, que logo que nós conhecemos disse que na cidade dela ao se atender ao telefone se dizia “de gol”, como eu gosto muito dela, quando ela me telefonou e falou isso, eu falei também. Não custava nada me fazer de besta. Mas até hoje não acredito que alguém diga, como não vou telefonar pra outras pessoas na cidade, ficarei com a dúvida. Mas por causa disso, quis saber se na minha cidade havia alguma esquisitice que eu desconhecesse. Então falei pra minha mãe conversar com o sr. Valdon Varjão, dono do cartório, criador do discoporto, ex-vereador, ex-senador biônico, ex-prefeito e historiador por conta própria. Ele escreveu algumas dezenas de livros sobre a região, então ele tinha que saber. Mas segundo ele, não é ignorância minha, não há mesmo expressões locais, formas de falar específicas da cidade. No entanto, há expressões de Mato Grosso e especialmente de Cuiabá. Entretanto na minha cidade isso não circula porque o vínculo de Barra do Garças é muito mais com Goiânia do que com Cuiabá. Quem fica doente vai para Goiânia, entre passear na capital de MT e na capital de GO, a opção é pela de Goiás. Eu nunca fui à Cuiabá, enquanto sempre vou a Goiânia. Assiste as retransmissoras de televisão de Goiânia e não de Cuiabá. Enquanto o fuso horário de MT é atrasado em uma hora em relação ao de Brasília. Em Barra do Garças segue-se o fuso horário de Brasília (exceto no horário de verão). Em meados dos anos 80, o prefeito, se não me engano era o Carolino Gomes dos santos, inventou de adotar o fuso de Cuiabá e colocar as emissoras de Cuiabá no ar, foi um problema, pra mim as pessoas que apareciam nos comerciais das emissoras cuiabanas eram tão estranhas que pareciam de outro país. Obviamente o prefeito voltou atrás na medida, ele só não abalou mais a minha infância do que o José Sarney com o Plano Cruzado que provocou o desabastecimento dos produtos que eu gostava. Mas enfim esta ligação com Goiás faz com que nós não tenhamos sotaque cuiabano, mas também não temos sotaque goiano. Pelo menos para o meu ouvido. Mas ninguém gosta também quando chamam a região de mato-grosso goiano.
Quando mudei para Brasília descobri que goiano é palavrão. É um dos alívios de ser mato-grossense, ninguém diz nada a favor, mas também não tem uma crítica pronta. Então em Brasília, se você quer xingar outro motorista, chama de goiano. O que em São Paulo é baianada, em Brasília é goianada. A primeira faculdade que eu dei aula ficava no entorno de Brasília, ou seja, em Goiás, em Cidade Ocidental se eu não me engano, anteriormente Luziânia. Os professores sempre diziam (excluindo eu obviamente) se a gente conseguir ensinar economia pra goiano, podemos dar aula em qualquer lugar. E pior é que a primeira turma de goianos que fez Provão (o do governo FHC) ficou com nota B, a maior da faculdade e superior a todas as faculdades particulares de Brasília e Goiás. Até que hoje eu não acredito, acho que foi algum tipo de anomalia estatística que colocou aquela turma no patamar superior e tornou a vida das turmas melhores muito mais difícil. Parêntesis, uma das explicações para o sucesso foi o meu método de ensino que havia sido generalizado, já contei como lá passaram a conversar era com os professores que davam muitas notas altas e aprovavam todo mundo. Aí o curso que teve o pior desempenho foi o de pedagogia, eles ficaram revoltados não só porque as teses libertárias falharam, mas porque agora queriam que eles fossem chatos como eu. Se a pedagogia moderna não funciona com os pedagogos, imagina com o resto.
Voltando à Barra do Garças, se não há formas de expressão, há crendices. As pessoas acreditam em tudo de disco voador, entrada para os mundos subterrâneos. Meu pai tinha uma fazenda no município de Torixóreu quando meus irmãos e eu éramos crianças, crescemos lá até chegar o período de ir para a escola. Depois que aprendemos a andar a cavalo sempre íamos junto com o vaqueiro para ajudá-lo (nem sempre o resultado era esse), os locais que mais gostávamos de ir eram o pasto das éguas e os pastos que ficavam depois dele, especialmente um. O pasto das éguas era meio sombrio, primeiro porque era longe da sede da fazenda e portanto era silencioso, além disso tinha mata de galeria fechada, e numa estrada, a mata cobria toda a estrada impedindo a passagem do sol. Então quando nós éramos crianças gostávamos de ir a cavalo nessa região, mas também tínhamos medo. Um dos vaqueiros lá da fazendo acreditava em todas as histórias sobre fim do mundo, monstros e etc. E foi justo nesse lugar que ele inventou de começar a contar história sobre a lagoa que se você atravessar nunca acha o caminho de volta, e sobre o fim do mundo, foi a primeira vez que eu ouvi a expressão dos dois mil não passarás. E como ele insistiu nestas bobagens. E óbvio quando ele viu que nós ficamos com medo aí que as histórias aumentaram. Infelizmente não vou poder contar as histórias dele, porque tenho péssima memória pra isso e claro os fatos são de meados dos anos 80. Meu irmão que é bom para contar a história, guarda todas as besteiras que aconteceram com a gente desde pequeno.
O Beto era um sujeito que em várias épocas diferentes trabalhou como vaqueiro pro meu pai. Eu achava o Beto muito chato, mas para quem gosta de história inventada ele é ótimo. Depois de um longo período sem ele trabalhar pro meu pai e sem termos notícias dele, ele apareceu na livraria da minha com um sujeito que havia escrito um livro sobre os acontecimentos misteriosos da região, depoimento de várias pessoas que participaram ou presenciaram os fatos. Um dos depoimentos era do Beto contando sobre ter visto um disco voador. Claro que a minha mãe pegou um exemplar pra mim, mas num livro onde o Beto é testemunha não se pode acreditar. O livro não vendeu. Mas o meu ainda tenho.

Kadafi

Esta semana falando de redistribuição do poder mundial numa aula de organizações internacionais, disse que acreditava ser ainda a Líbia uma potência, claro que não uma potência de âmbito mundial, mas que a sua existência afetava a distribuição de poder em âmbito mundial, no entanto não era possível saber isso porque a Líbia estava sumida, ou seja, não aparecia nos jornais, não era mais notícia, porque hoje em dia só se é notícia se se está lançando bombas ou sendo bombardeado (claro que isso porque Estados não podem participar do Big Brother), o que não é o caso da Líbia. Antes de continuar um parêntesis, por exemplo, a Mongólia para todos os fins práticos não existe, não sai uma miséria notícia sobre a Mongólia no Brasil, enquanto a Mongólia não declarar guerra à China ou a Rússia, ela continuará fora dos noticiários brasileiros.
Voltando à Líbia, Muamar Kadafi é um sujeito curioso, fez a Líbia disputar com a África do sul o direito de sediar a Copa de 2010, mas já escreveu umas idéias curiosas sobre o futebol. Kadafi disse que o futebol é elitista, porque ficam 22 jogando dentro do campo, enquanto milhares assistem sem poder participar. A solução de Kadafi é genial, toda a torcida deve entrar em campo para jogar, para chutar a bola, nada de divisão classista entre jogador e torcedor. E isso mostra como a tese de Lênin é universal, o esquerdismo não é a doença infantil apenas do comunismo, mas também do liberalismo, do islamismo, do neoliberalismo. Para o bem do futebol líbio espero que o presidente já tenha revisto as suas teses.
Para acabar com esta injustiça que é a Líbia e o seu grande Líder não serem mais notícia, abaixo segue uma notícia sobre o retorno do Grande Líder da Revolução à Grande Jamahiriya após viagem pelos países africanos islâmicos. Não se assustem, mas o texto parece escrito por crente pentecostal.
Mas uma única notícia não faria jus à grandeza do Líder da Revolução. Por isso, colocaremos outra notícia, e esta não é da Agência de Notícias da Grande Jamahiriya, mas do The Trípoli Post. O que mostra como o Grande Líder da Grande Jamahiriya Árabe Popular Socialista da Líbia é condescendente com os infiéis permitindo que se publiquem notícias sobre o Grande e a Grande em idiomas impuros. Mas do que trata a notícia? Aprenderemos com o Grande Líder que o profeta Maomé (que a paz esteja com ele) é universal, criou uma religião universal, enquanto Jesus veio para os judeus e criou uma religião para os judeus.

O Irã não ameaça ninguém

O Irã não é uma ameaça ao mundo, ele muda as relações de poder, mas é só. Não representa um risco nem mesmo com armas nucleares. Talvez pela distância que estamos dos anos 60, acabamos por esquecer a constatação a que se chegou nesse período, é impossível a guerra atômica pela sua dimensão de destruição. Alguém poderia argumentar que isso não vale para o Irã, pois ele não teria um arsenal nuclear capaz de destruir o mundo. É verdade, mas o Irã sumiria do mapa com a retaliação. Por isso, o Irã mudara a distribuição do poder, mas não mudará o mundo. O episódio dos marinheiros foi apenas mais passo na valsa que Reino Unido, Estados Unidos e Irã estão dançando.

O Lula demite o melhor e escolhe morrer abraçado ao pior

Júlio Gomes de Almeida deixou a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Há uma controvérsia sobre se foi demitido ou não e se ele criticou os juros e câmbio porque sairia ou se saiu porque criticou os juros e o câmbio. Pouco importa. A entrada de Júlio Gomes de Almeida no Ministério da Fazenda parecia sinalizar uma mudança na política econômica. Infelizmente não foi o que ocorreu.
Apenas para deixar claro entre Guido Mantega e Júlio Gomes de Almeida, o segundo é muito mais economista e tem a virtude da coerência. Enquanto Mantega sempre disse as mesmas coisas que Almeida diz hoje, mas na hora fundamental que era a implementar políticas para mudar o Brasil, Mantega vergou e beijou a mão dos financistas, como a sua incapacidade teórica o impede de debater com os economistas neoliberais que dominam o governo, Mantega capitulou e ter alguém que não se curva ao seu lado mostra a covardia política dele e de seu presidente e debilidade intelectual do ministro. O ministro Mantega, com o perdão do trocadilho, uma manteiga, ou vaselina, ou KY, como quiser, o papel é o mesmo, facilitar o arrocho, o arrombamento que o governo faz nos brasileiros e na economia brasileira.Pena que para se proteger neste caso não serve preservativo, pílula.
Júlio Gomes de Almeida manteve no ministério a coerência, enquanto esteve na direção do IEDI (www.iedi.org.br) sempre defendeu a redução dos juros, apontou o efeito dos juros sobre a indústria e como quanto mais o câmbio se valoriza maior a desindustrialização ocorrida no Brasil. Esta idéia não é nova, foi defendida por uma série de economistas desde o início do governo FHC. O governo FHC sempre argumentou que a indústria não se prejudicava com o câmbio e que a taxa de câmbio não estava valorizada. Este cenário no governo FHC era criticado pelo PT e pelo hoje ministro Mantega, mas como sabemos mudando o governo a mesma causa gera efeitos diferentes. O IEDI continua apontando a desindustrialização e políticas de crescimento. Por isso que quando o seu diretor se tornou secretaria de política econômica parecia sinalizar mudanças. O governo não mudou, a política não mudou, e saída de Almeida mostra que não há pretensão de mudar. O que resta é torcer para que sejam tão incompetentes quanto FHC e não consigam destruir o país em apenas 8 anos. Para que não reste dúvida se alguém deveria ser demitido era o ministro Guido Mantega por incompetência, ineficiência e crime de lesa-pátria. O duro é que se ele fosse demitido por isso o presidente ficaria com vergonha e teria que se auto-demitir.